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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Futebol britânico de luto

Tinha acabado de chegar em Londres após quatro dias em Paris quando percebi que o futebol britânico estava de luto. Dos jornais expostos numa banca do aeroporto, quase todos traziam a foto de Gary Speed, ex-jogador que estava no comando da seleção de País de Gales e que foi encontrado morto em sua casa no domingo de manhã.

Já no trem a caminho do centro, peguei um jornal que estava em um dos bancos para ver o que tinha acontecido. Confesso que não conhecia a carreira de Speed, mas, pelas homenagens que ele tem recebido aqui no Reino Unido, não há dúvidas de que foi um nome importante para o esporte.

Não pelas conquistas, nem por ter atuado em grandes times. Como jogador, Speed atuou no Leeds United, no Everton, no Newcastle United, no Bolton Wanderers e no Sheffield United - todos clubes tradicionais, mas de menor expressão em relação a títulos. Sua principal conquista foi a taça da Copa da Liga Inglesa, em 1996, com o Leeds.

Sua principal virtude, pelo o que pude apurar, foi seu caráter. Era um cara boa praça, bem visto pela grande maioria das pessoas que trabalharam com ele e para ele. Foi também um volante de qualidade (marcou 103 gols em 677 partidas), tendo batido o recorde de atuações na Premier League, com 535 jogos (essa marca já foi superada pelo goleiro David James, hoje no Bristol City).

Sobre as circunstâncias da morte, ainda me parece cedo para alguma certeza. A polícia trabalha com a hipótese de suicídio, já que não foi encontrada nenhuma evidência de assassinato. Se confirmado o suicídio, o caso se tornará ainda mais emblemático.

Casado e com dois filhos, Speed, que tinha 42 anos, parecia entusiasmado com a recente carreira de treinador. No sábado, havia participado de uma mesa redonda na BBC, onde se mostrou otimista com o objetivo de classificar a seleção de País de Gales para a Copa do Mundo de 2014.

Jogadores, treinadores, torcedores e comentaristas se mostraram surpresos com a morte de Speed. Ninguém parecia saber o que realmente se passava com o treinador. Talvez agora apareçam algumas verdades sobre ele que o mundo da bola não teve sensibilidade de enxergar. De qualquer maneira, aqui vai um vídeo com alguns lances de Gary Speed.

2 comentários:

  1. Muito estranho, muito estranho... bom relato Guilhermão. Um abraço do amigo do Bixmark!

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  2. Belo texto.

    Um abraço, Hércules.

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