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sábado, 28 de maio de 2011

Há exatos 20 anos, Falcão vivia seu melhor dia no comando da Seleção Brasileira

Individualmente, a Seleção Brasileira que entrou em campo naquele 28 de maio de 1991, há exatos 20 anos, era muito boa. Com jogadores já consagrados misturados a algumas apostas que dariam certo e outras que não. Uma delas, aliás, era o técnico, Paulo Roberto Falcão, que vivia naquela temporada, seu último ano, dos dois em que esteve no comando da seleção, só se arriscando na profissão exatamente 20 anos depois.

A partida contra a Bulgária, em Uberlândia, quando o Brasil venceu por 3 a 0, seria a nona de Falcão à frente do selecionado brasileiro. Até então, desempenho pífio, com cinco empates, duas derrotas e única vitória, justamente na partida anterior: 1 a 0 diante da Romênia.

Com o trabalho questionado, mas vindo de uma vitória, Falcão teve coragem para armar um time ofensivo, com três atacantes: os rápidos Almir (do Santos) e João Paulo (do Bari, ex-Guarani), nas pontas e o questionado Careca Bianchezzi (do Palmeiras).

No meio de campo, havia Neto, o melhor camisa 10 da época, ídolo do Corinthians e capitão daquele time no primeiro tempo e dois cães de guarda: Valdir, então jogador do Atlético Paranaense e que mais tarde jogaria em times como Cruzeiro e Atlético Mineiro sob o apelido de ‘Valdir Paulista’, e Márcio Bittencourt, outro corintiano daquele dia.

A defesa tinha, além de Sérgio (o Guedes, hoje técnico e à época, no Santos) no gol, Mazinho (então jogador do Lecce-ITA, mas que brilharia no Palmeiras e na Seleção tetracampeã), Wilson Gottardo e Márcio Santos na defesa, com o já consagrado Branco fechando do lado esquerdo.

Neto foi quem abriu o placar ainda aos 17 minutos e viu, apenas dez minutos depois, o também canhoto João Paulo ampliar o resultado. Minutos antes do terceiro gol aconteceram as primeiras substituições: Luiz Henrique entrou na vaga de Almir e Odair no lugar de Mazinho, pouco mudando a estrutura tática da equipe. Aos 24, Neto ampliou e fechou o placar.

O que se viu depois foi um show de experiências nas diversas substituições. Algumas nada alterou a equipe, como as entradas de Lira no lugar de Branco e Júlio César, já experiente, no lugar de Márcio Santos.

Depois, porém, o time que se mantinha num 4-3-3, variando para o 4-4-2 com a recomposição de Luiz Henrique no meio de campo, ganharia em velocidade com a entrada do craque Denner no lugar de Neto, grande nome do jogo. Pouco depois, Valdeir ‘The Flash’ entrou na vaga de João Paulo.

Com isso, o time de Falcão de 1991, terminou a sua melhor partida jogando num esquema que atualmente é chamado de moderno: o 4-2-3-1, com a linha de três jogadores muito rápidos e sem um pensador do jogo.

O Brasil terminou com Sérgio no gol e capitão do time, Odair, Gottardo, Júlio César e Lira; Márcio e Valdir; Luiz Henrique, Denner e Valdeir; e na frente, Careca Bianchezzi.

Um time, aliás, bem diferente taticamente se comparado ao Internacional de Falcão na primeira partida do Campeonato Brasileiro de 2011, contra o Santos na Vila Belmiro. Vinte anos depois, Falcão optou por ter três volantes (Bolatti, Guiñazu e Tinga) com Oscar e Zé Roberto servindo Leandro Damião, num 4-3-2-1. E só empatou com o time reserva santista...

Ficha técnica: Brasil 3x0 Bulgária

Data: 28/05/1991;
Competição: amistoso;
Local: Estádio João Havelange (Parque do Sabiá);
Cidade: Uberlândia (MG);
Árbitro: José Roberto Wright;
Público: 9.577 pagantes;
Gols: Neto aos 17’ e João Paulo aos 27’ do 1º tempo; Neto aos 24’ do 2º tempo.

Brasil: Sérgio [Santos]; Mazinho [Lecce], (Odair) [Palmeiras],
Wilson Gottardo [Flamengo], Márcio Santos [Internacional]
(Júlio César) [Juventus-Ita] e Branco [Genoa] (Lira) [Goiás]; Márcio [Corinthians], Valdir [Atlético-PR] e Neto [Corinthians] (Denner) [Portuguesa]; Almir [Santos]
(Luís Henrique) [Bahia], Careca Bianchezzi [Palmeiras] e João Paulo [Bari]
(Valdeir) [Botafogo].
Técnico: Paulo Roberto Falcão.

Bulgária: P. Nikolov (I. Ganchev), I. Slavtchev, G. Dimitrov, S. Angelov e I. Kiriakov; A. Dimov, K. Metkov (G. Georgiev), N. Todorov e D. Angelov; A. Kirov, I. Yordanov (P. Alexandrov).
Técnico: Dimitar Penev.

3 comentários:

  1. Falcão mostrava desde aqueles tempo que, como técnico, é um bom comentarista e um excelente jogador. Ataque ridículo. Márcio Bittencourt no meio também não rola. Quanto tempo a diretoria do Inter vai segurar o ídolo?

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  2. Esse time, no papel, era péssimo! Tudo bem que a equipe campeã de 1994 não encantava. Aliás, será que os jogadores de 94 só ficaram na memória porque foram campeões nos EUA? Impossível saber. Mas ainda bem que Romário existe.

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  3. Faltou dizer que, no BR-11, Falcão empatou com os suplentes do Santos, que tem Possebon como maior nome (até o Botafogo ganhou dos reservas do Santos), e perdeu no Beira-Rio para o Ceará...

    Fica a pergunta: se for despedido do Inter, Falcão tem chance em outra equipe?

    E tem gente que diz que o PVC poderia ser técnico. Falar é muito mais fácil do que fazer. Futebol é fascinante porque não é tão lógico assim.

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