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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Futebol não existe sem torcida

Por Lucas Bueno


Para quem duvidou, Corinthians x Millonarios jogaram sem torcida no Pacaembu. Estádio sem identidade, frio, sem emoção. O escritor Eduardo Galeano escreveu no livro "Futebol ao sol e à sombra: "Este jogador número doze sabe muito bem que é ele quem sopra os ventos de fervor que empurram a bola quando ela dorme, do mesmo jeito que os outros onze jogadores sabem que jogar sem torcida é como dançar sem música."

Vendo o começo do jogo pela televisão não sentimos nada. Que estranho! Uma partida sem vida. Nunca nos esqueçamos do motivo pela qual os portões ficaram fechados. Kevin Espada. Com a bola rolando as vozes se cruzavam, ecoavam e se desencontravam. O canto uníssono vindo das arquibancadas era mudo.


Mas existiam quatro "lagartixas querendo ser crocodilos" nas cadeiras do Pacaembu. Gastaram mais de mil reais para conseguirem uma liminar na justiça. Disse um dos torcedores VIPs: Estou exercendo o meu direito. E quando vamos dar mais valor para o que nos traz paz e menos valor para o que nos traz fama?

A renda do jogo foi um pouco mais de oitocentos reais. Valor maior que o salário mensal do pai boliviano que perdeu seu filho há sete dias. Será que vocês quatro "fiéis torcedores" são tão importantes assim? E os milhares que conscientemente não entraram no Pacaembu?

Futebol não existe sem torcida e muito menos quando se mata dos seus.

PS: os gênios do futebol brasileiro aprontaram mais uma. A CBF aceitou fazer um amistoso de graça contra a Bolívia, em terra boliviana. Caridade? Parece que tem mais alguém querendo aparecer além do quarteto de ontem.

Muricy não é mais o mesmo

Por Gabriel Duque

Apesar do currículo recheado de conquistas, Muricy Ramalho é cada vez mais questionado no Santos. Com o clube da Baixada, venceu a Libertadores de 2011, a Recopa de 2012 e os Paulistas de 2011 e 2012. No entanto, o técnico tem sido criticado por conselheiros e torcedores por conta das fracas atuações da equipe neste ano e pelo excesso de dependência de Neymar.



No ano passado, surgiram as primeiras reclamações, inclusive com queixas em relação aos métodos utilizados nos treinos comandados por Muricy. Na ocasião, a diretoria tratou de abafar o caso. Chegou o fim da temporada e o treinador resolveu bater de frente com os seus superiores, exigindo reforços o tempo todo e justificando os maus resultados com a frequente ausência de Neymar, convocado para compromissos da seleção brasileira.

O clima ficou pesado. Além disso, o desempenho oscilante em 2012 e o não aproveitamento de jovens da base o colocaram na berlinda. O clássico contra o Corinthians neste domingo é tido como decisivo para o futuro do treinador. Se vencer, Muricy ganha uma sobrevida, mas, se perder, o risco de demissão fica maior.

O primeiro nome a aparecer como possível substituto é o de Paulo Autuori, atualmente na seleção do Qatar. Até uma troca por Ney Franco, hoje no São Paulo, foi ventilada. Para os defensores da permanência do técnico, pesam o alto valor da multa rescisória e a política de não trocar de comando durante a temporada.

Mas a verdade é que Muricy não é mais o mesmo. Desde o convite para dirigir a seleção e a não liberação do Fluminense, ele deixou o patamar de melhor treinador do Brasil e hoje é apenas um dos mais caros.



Muricy nunca foi o treinador que primou pelo futebol vistoso nos seus times, porém sempre colocou em campo equipes bastante competitivas. No Santos, em nenhum momento isso aconteceu. Talvez por acreditar demais no talento de Neymar. Ele armou um esquema para proteger a defesa e deixar o poder de decisão com o craque. Às vezes, funciona. Às vezes, não. Muitas vezes vemos os companheiros procurarem insistentemente pelo astro.

Resta saber se Neymar vai conseguir salvar a pele do seu comandante.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Que se passa?




Por Luiz Felipe Fogaça

Acho engraçado pensar como as coisas mudam rapidamente no futebol. Toda semana temos uma crise, um time imbatível, que na semana seguinte podem trocar de lugar. Basta pegar o Fluminense e o Grêmio na Libertadores, um era lanterna o outro líder, um era festejado e o outro cobrado, passado uma semana e eis que os clubes trocaram de lugar.

Um time que parecia incontestável, a mercê de tudo isso, o tal time da moda, a referência, senhor de tudo e absoluto era o Barcelona. É bem verdade que o time vai ser campeão espanhol com sobras e ainda tem chance de passar sobre o Milan na Champions e literalmente calar os críticos. Mas a derrota para o time italiano, por dois gols de diferença e mais recentemente a eliminação para o Real Madrid na Copa do Rei, em seus domínios, levando três gols, começam a fazer o torcedor se questionar sobre uma eventual queda do império catalão.

Depois de ver o clube somando recordes e quebrando tabus, seja no coletivo, ou através de sua maior estrela o clube catalão viu dois tabus negativos serem quebrados. Perdeu de dois gols de diferença e tomou 3 gols no Camp Nou e para sonho de todos os secadores profissionais que vão sempre contra a maré, mesmo com tamanho absolutismo inquestionável parece o fim de uma era.

A grande pergunta que não quer calar é: O que levou o clube a tal momento ruim? A formula de sucesso usada durante tantos anos parece não dar mais certo e os torcedores apontam alguns motivos. Entre os principais, está a ausência de Pep Guardiola, para todos que dizem que o treinador não faz tanta diferença, a ausência de Guardiola parece fazer muita , principalmente por que seu substituto, Tito Villanova passou por maus bocados e pouco comandou o time do banco.

Guardiola além de implementar o atual modelo de jogo idolatrado pelo mundo afora, tinha o grupo na mão e parecia muito mais motivador do que Tito, que sofre com a ausência de carisma.

A ausência do antigo treinador parece desencadear todos os outros motivos como a apatia do time e de Messi, que parecem sofrer com a falta de objetivos e não demonstram mais vontade de jogar. Não tem mais a mesma penetração e ofensividade de outrora.

Resta saber se ainda estaremos falando isso na semana que vem.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Chegando a hora


Por Tuca Veiga

Desde que os boatos da contratação de Pato surgiram, uma questão entrou na pauta das conversas de boteco: Quem sai para o Pato jogar? E dá-lhe palpite.

Num futebol de videogame, certamente sobraria para Jorge Henrique.

No ranking do carisma, Zidanilo iria parar no banco.

No seis por meia dúzia, sairia Guerrero.

Mas a realidade parece ser outra.


Xodó da fiel desde antes dos gols decisivos contra o Boca, que o alçaram ao patamar de ídolo, Sheik pelo jeito já percebeu que é a bola da vez.

Com frequentes problemas físicos – ora dor muscular, ora desconforto nas articulações – o camisa 11 anda, também, pisando na bola fora das quatro linhas.

Embora isso não seja novidade, o simples fato de ter uma sombra e tanto no banco evidencia ainda mais que Emerson tem dado milho.

Atrasos frequentes em treinos e uma leve queda de rendimento indicam que seus dias no time titular estão contados.

Tite talvez já tivesse feito essa previsão e, assim, teve paciência em segurar um reforço tão caro no banco.

Mas, querendo ou não, a presença de Pato nos 11 iniciais não está apenas ligada aos vacilos de Sheik.

Pato tem jogado um futebol vistoso. Claramente de outro nível.

Drible fácil, finalização precisa, pé direito, pé esquerdo, cabeceio. Um jogador e tanto.

Esteve apenas duas vezes em campo como titular. Foi o melhor do time em ambas. Mas ainda falta alguma coisa.

Já manteve a barba pra perder aquela cara de bom moço.

Mas já que quer se enquadrar num estilo um pouco mais, digamos, Corinthians, tem que começar a mostrar um pouco mais de garra.

Tite imaginava contar com Pato como titular somente daqui um mês. Terá que antecipar.

Fato é que, para muitos, hoje, é Pato e mais dez. E depois que ele virar titular, vai ser difícil sair.

Se cuida, Sheik.

E não adianta começar a pensar na grana dos árabes. 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A renovação foi certeira




Por Felipe Pugliese

O quadro mudou. Após  anos de hegemonia colorada em Porto Alegre, os holofotes passam para o lado tricolor.  O Internacional agora tem um cara sério no banco, Forlan voltou a jogar bola e o mais importante: venceu os dois clássicos do ano. Então, por que esquece-lo?


A filosofia da diretoria colorada parece ter mudado. Gastar um caminhão de dinheiro pode não ser sinônimo de muitos títulos. O rival deve provar do mesmo veneno, enquanto o time comandado por Dunga caminha com cautela e pés no chão.


A renovação foi certeira. Era o que o Inter precisava. Guiñazu e Bolivar foram fundamentais, mas já não eram mais. Forlán chegou em 2012 sem férias, não rendeu e foi cobrado. Parece que começou este ano bem melhor. O garoto Fred  é mais um belo fruto.


Sem a mesma badalação dos outros anos, o Inter pode fazer uma temporada vitoriosa. 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Punição justa ao Timão?

Por Gabriel Duque

A tragédia de Oruro com a morte do jovem boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada, de 14 anos, consternou o mundo e sua repercussão instantânea já resultou em punição da Conmebol para o Corinthians, que jogará suas partidas como mandante na Libertadores de 2013 com portões fechados. O clube pode apresentar recurso em até três dias, mas o mais sensato seria aceitar a sanção e não se omitir de sua parcela de culpa. Para coibir as atitudes de violência, tem que haver regras mais rígidas e penalizações aos clubes. Acabar com a impunidade é o caminho e seria exemplar se o Timão apenas concordasse com sua punição.

Não defendo que o time alvinegro tenha sido o responsável pela morte do menino e, com certeza, a maior responsabilidade disso tudo é da própria Conmebol. Pela sua falta de cuidado e zelo com a competição, pela falta de segurança que sempre imperou, pelo desleixo com as equipes que jogam fora de seus países. Numa tragédia como essa, há sempre uma caça às bruxas e a polícia boliviana, pressionada pela comoção popular, mantém presos 12 torcedores do clube paulista.

No entanto, uma sequência de erros de todas as partes acabou provocando o suposto acidente, afinal, se é proibida a entrada de sinalizadores em campo, o sujeito que leva o material já está cometendo um delito. A polícia, que deixa passar o sinalizador na revista, comete a sua falha também. Os outros torcedores, que veem o cidadão acendendo um foguete na arquibancada, também são coniventes. O time dono da casa que não dá segurança às pessoas no estádio também falhou. E o Corinthians, que é responsável pelos torcedores que viajam em seu nome a outro país, também tem seu deslize.

Todos erraram, mas o rapaz, dono do artefato, foi o primeiro a sumir depois do ocorrido. Enquanto 12 estão presos, o verdadeiro culpado está solto. Ele foi o causador da morte de um menino, cuja vida não voltará mais qualquer que seja a punição aos envolvidos no episódio. Que sirva de exemplo a todos os torcedores, de todas as torcidas, para fazermos do esporte um lugar de alegria e não de tragédias.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Corintianos de luto



Por Tuca Veiga

É difícil para nós, torcedores que frequentam os estádios de futebol, recebermos uma notícia como a morte do boliviano, atingido por um artefato durante o jogo contra o Corinthians. Enquanto apura-se se o disparo foi feito acidentalmente ou de maneira proposital, penso em situações que já vivi e em como a vida é frágil e pouco valorizada.

Leio comentários de pessoas, no calor da emoção, tentando generalizar a torcida corintiana, falando que só tem pessoas de má índole, que tentamos vender uma imagem de algo que não somos e penso em algumas coisas...

Primeiro não entendo o motivo de alguém explorar um momento triste desses para diminuir o rival, para sugerir eliminação, para atacar uma instituição que a cada dia merece mais respeito e que está consternada com tudo que aconteceu.

No entanto, houve uma morte e, ao que tudo indica, a culpa é de alguns torcedores do Corinthians. Pessoas que devem ser responsabilizadas por seus atos, sejam eles de irresponsabilidade ou de selvageria. Pessoas que são corintianas como muitas outras, que viajaram para apoiar o time, mas que são também o Corinthians, como costumamos falar. Cada um de nós é uma parte do Corinthians. E temos que ser responsáveis por isso.

Campeão da América e do mundo, o Corinthians está no foco e parte desse destaque está, também, ligado à bela participação de sua torcida do outro lado do planeta. Por essas e outras, todos têm que pensar e muito no que fazem, no que querem passar para o mundo.

Sempre fui um cara que vai para o estádio para fazer festa. Para empurrar a equipe e para alimentar aquela sensação de ser uma torcida diferente. A minha intenção sempre foi colaborar para a construção deste Corinthians, da festa, da paixão, do bando que é louco, mas que é louco pelo Corinthians.

Por essas e outras, uma meia dúzia não tem o direito de manchar a imagem que construímos em 102 anos de história. Por tudo isso, cada torcedor precisa ter dentro de si a sensação de que ele faz parte do clube e deve zelar pela sua bandeira e sua imagem.

Chegar à Bolívia rotulado como Campeão do Mundo e sair aos gritos de "assassinos" é uma perda irreparável para o Sport Club Corinthians Paulista e para o futebol brasileiro como um todo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

E o Ganso?



Por Rafael Hornblas

A pergunta que os torcedores do São Paulo sempre se fazem a cada jogo é : E o Ganso vai? Pra mim uma hora vai, mas para isso acontecer o time paulista e o próprio jogador ainda precisam acertar muitas coisas dentro das quatro linhas.

Que Paulo Henrique Ganso é craque todos sabem, mas o meia ainda mostrou pouco do que sabe no tricolor. Talvez por falta de entrosamento, talvez por não ter a mesma liberdade que tinha no Santos , talvez pelo estilo tático do time, enfim, existem diversas justificativas para o meia não render o que rendeu no time da baixada, mas isso é questão de tempo para se acertar.

Ney Franco vem tentando achar um substituto para Lucas sem sucesso. Ano passado o time da capital jogava em função do jovem craque, o que fez com que ele mostrasse seu excelente futebol, rendendo um título internacional e uma fortuna para os cofres tricolores. 

É claro que Lucas e Ganso tem estilos completamente diferentes, mas e se o time do Morumbi tentasse jogar em função de Ganso? Será que o desempenho da grande esperança tricolor em 2013 não seria melhor? Ney Franco fez algo parecido com isso no jogo contra o São Caetano, todas as bolas no meio de campo passaram por Paulo Henrique, ele foi a saída e a armação do time paulista, ele não fez gols maravilhosos nem assistências de “Zidane” como na época de Santos, mas o meia muitas horas como dizem os boleiros “clareou o jogo, deu passes rápidos, invertidas, fez o famoso um dois, ora com os laterais, ora com os volantes, ora com os atacantes, e além disso ajudou na marcação, correu atrás dos adversários, até carrinho na marcação ele deu. 

Os torcedores querem ver jogadas de mestre, gols de placa, momentos para ficar gravados memória, mas para isso acontecer precisam dar tempo a Paulo Henrique.

O jogo foi uma prévia do que Ganso pode fazer pelo São Paulo e na minha opinião o jogador ainda dará muito alegria para o time do Morumbi.

Para os torcedores que tem a memória boa Dario Pereira chegou como promessa de ser um grande camisa 10, porém não se acertou no time, com o tempo virou volante e posteriormente um dos melhores zagueiros de sua geração, sendo titular do Uruguai em uma Copa do Mundo. Raí também chegou do Botafogo de Ribeirão Preto como promessa, demorou a render, mais de um ano, e depois fez o que fez pelo São Paulo. Um caso mais recente é o zagueiro Lugano, quando chegou era motivo de piada entre ostorcedores e comentaristas, logo depois foi campeão do mundo sendo uma das peças mais importante daquele time, portanto, os torcedores são paulinos devem esperar, pois a hora que Paulo Henrique Ganso se entrosar e achar seu lugar no time do Morumbi com certeza ele vai fazer a diferença.

Quem diria Milan!


Fim de mais uma rodada das oitavas de final da Champions League e um confronto já definido, dois em que tudo pode acontecer e uma grande surpresa. 


O Porto confirmou seu favoritismo e fez valer sua experiência. Jogando no estádio do Dragão o time português acabou com a invencibilidade do Málaga, com um magro 1 a 0 (gol impedido) , boa vantagem, mas nada definido.

Outro confronto que segue em aberto é Galatasaray e Schalke 04 , que empataram jogando na Turquia. Em tese a vantagem é do time alemão que joga a volta em casa e é forte em seus domínios.


O outro alemão, o Bayern de Munique, praticamente garantiu sua classificação, ao fazer 3 a 1 no Arsenal em Londres. A menos que a zebra apronte e muito na volta, os bávaros não terão a menor dificuldade em selar a classificação para fase seguinte. Destaque para a sorte de Mandzukic que logo após o Arsenal descontar, fez o terceiro gol em bola dividida e matou os ingleses.


Agora meu amigo, falando em zebra, o que aconteceu na Itália?  Nem o torcedor mais otimista do Milan acreditava nesse resultado antes do jogo. Digo mais, nem os secadores de plantão que sempre torcem para o “menor” time, pela zebra, pela zica (culpado) poderia esperar.

Lembrando os melhores dias de Franco Baresi, Paolo Maldini, entre outros, Mexés conduziu a zaga italiana, que no melhor estilo Ferrolho, retranca, 11 atrás do meio de campo exerceu forte e belíssima marcação contra o Barça. Somado a marcação, o futebol apático dos catalães, reflexo do craque Messi em campo, de longe a pior atuação recente do jogador e do time. Com no máximo dois, talvez três chutes ao gol durante todo jogo. Melhor para o Milan que não tem nada a ver com isso e se aproveitou de suas chances e fez 2 a 0.  

A festa rola solta em Milão, vide Balotelli e Robinho que comemoraram como crianças na arquibancada do San Siro. Melhor para o Milan, para os secadores de Plantão, pior para o Barça e para o futebol moderno, tão odiado por alguns, principalmente pelos lados da Rua Javari em São Paulo.

Parada indigesta para o Barça no Camp Nou, mas quem dúvida? 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O duelo dos imigrantes

Lusa e Juventus fizeram o clássico da Série A2 / Foto: Felipe Pugliese
Por Felipe Pugliese


Enquanto a multidão angustiava por mais um Corinthians e Palmeiras, eu ia na contramão. Almocei dois ovos e cinco empanados de frango (estava atrasado) e parti para o destino do domingo: estádio Dr. Osvaldo Teixeira Duarte, o popular Canindé. Outro clássico paulistano enchia-me de entusiasmo: Portuguesa x Juventus - o duelo dos imigrantes.


No bolso apenas o cartão de débito. O bolinho de bacalhau se recusa a ser pago de forma moderna. Está certo ele. Na hora, claro, não pensei com esta sensatez. Estava com fome. Aquele bolinho... bom deixa pra lá. 


Conversando sem parar com os dois ovos e cinco empanados assisti a um grande jogo de futebol. Sim, um respeitoso futebol. Sim, eles estão na Série A2 do Campeonato Paulista. 


Faltava técnica e sobrava correria. Diferente daquilo que estamos acostumados a ver na televisão. "Porra, Tuta, esquece o jogo. Vamos tomar uma...", gritava o torcedor do alambrado ao atacante do Juventus.  


Eu tive a oportunidade de estar dentro do vestiário do Moleque Travesso e relatar os bastidores do clássico:  "Óra, pois..." x "Orra, meuu...". 

Ah, o jogo terminou 2 a 1 para a Lusa. Mero detalhe. 


Confiram! 


domingo, 17 de fevereiro de 2013

CLÁSSICO! Sem vice-versa

Por Lucas Bueno

Durante os dias que antecederam o clássico Corinthians x Palmeiras só se falava no abismo que separa, hoje, o campeão do mundo e o recém rebaixado. Diferença em receitas, em contratações, em elenco e por aí vai... O torcedor corintiano, com todo o excesso de confiança atual, pensava em massacrar o rival no Pacaembu. Mas duvido que não tivesse o receio de perder para o maior rival nessa fase difícil. Por que clássico você já sabe né?!


O famoso e repetido jargão foi uma das inúmeras explicações para o empate nesta tarde. Entretanto escolho essa: a auto-suficiência negativa alvinegra se igualou ao empenho verde no dérbi. O Corinthians atuou com o pensamento de que poderia vencer a qualquer momento e o Palmeiras com vontade e raça dificultou e muito o jogo. Mas é nítida a diferença tática e técnica entre os dois times. Os "reservas" Pato, Renato Augusto e Romarinho (o palmeirense se pergunta: "Pq fases iso Romarino?!") seriam titulares do time de Gilson Kleina.

Conclusões do clássico. O atual elenco do Palmeiras tem um prazo de validade curto. Não há jogadores que decidam partidas. Valdívia voltará, Kleber estreará... Só isso basta? Mas nada está perdido! Toda mudança requer tempo, paciência e sabemos que no futebol esses dois fatores são escassos.  A luz no fim do túnel é que o clube caminha visando voltar à elite do Brasileirão em 2014, ano do centenário. Nada está perdido.


Já o Corinthians está mais forte que ano passado. Acertado e entrosado por Tite e com novos jogadores para decidir. Vi um time com excesso de confiança preocupante no gramado. Mas quando "baixou a bola" e decidiu jogar, empatou a partida.

Falta aos jogadores motivação por algo maior. Depois do inédito título da Libertadores e do Mundial voltar à realidade brasileira é difícil. Quarta-feira começa a busca pelo bi da América. E toda a motivação que faltou e o excesso de confiança que sobrou precisam ser equilibrados lá na altitude de Oruro contra os bolivianos do San José.

Como é bom ver um clássico com estádio cheio em tempos de jogos sem graça e sem torcida! Depois da folia de carnaval parece que o ano começou no futebol e na vida. Corinthians e Palmeiras, aqui em São Paulo, é o clássico. Não precisa de jargões e bordões para duplicá-lo e engrandecê-lo. É CLÁSSICO sem vice-versa. 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Sou de onde a certeza veio: o Flamengo é diferente


2013: a volta do Maracanã
Por Gabriel Noleto, o convidado do dia

Vocês sabem o que é caviar? Alguns, sim. Eu... Bem, eu, de fato, só ouço falar. O caviar no futebol é aquele bem jogado, que vence, convence, faz explodir a arquibancada. Há tempos, o vermelho e o preto me negam isso. Os problemas do meu clube são vários, tantos que uma lista iria afugentar os leitores destes rabiscos de um torcedor carente acima de tudo. Um exemplar otimista e, ao mesmo tempo, com os pés no chão quanto ao futuro das cores que ama.

Levante a mão quem precisa fazer força para lembrar o que é ter um craque ao seu lado! Levante a mão quem precisa fazer força para lembrar o que é ouvir o nome do próprio time ser gritado com orgulho!

Bem, eu sou Flamengo e, confesso: me sinto assim. Faço uma força danada para conseguir ao menos torcer, crer que o meu time é capaz de vencer. Faz tempo que isso não acontece. Muito provavelmente o último bom jogo foi aquele na Vila... Ronaldinho Gaúcho vencendo o Santos. A manchete era algo assim: "Neymar faz três gols, mas Flamengo vira e vence"... Ficou na memória.

Apenas um Rafinha não é o suficiente
E agora, o que 2013 vai trazer? Sim, há o Rafinha. É pouco. Há o Elias... Pouco também. E esse Carlos Eduardo? Não faço ideia se vai dar certo. Leo Moura está velho. O Abreu, também. O que temos então? Nós mesmos?

Na verdade, tenho para mim que o nosso reforço é a mudança de mentalidade. Dispensar o Love foi como dizer: acabou a palhaçada! Não dá para continuar assim!

Mudanças no rumo de um gigante que hibernou. Abriu brevemente os olhos em 2009, mas voltou a dormir um sono profundo. Baita desgosto ver apagada, desbotada uma paixão, uma vontade, esse imenso desejo de ser grande de novo.

Moro longe do meu Flamengo. Está para fazer sete anos que vivo longe do Rio de Janeiro. Aqui vi outros grandes vencerem; nos vencerem. Serem maiores, melhores. Mas, de onde vim, o vermelho e o preto sempre triunfam. De lá, vem esse sentimento de todo torcedor: eu torço contra o vento. Qualquer vento que sopre contra o meu time.

Em 2013 -- com o Maracanã de volta --, temos tudo para voltar a ter a certeza de que, sim, o Flamengo é Flamengo. De que, sim, sempre que entra em campo, o Flamengo é capaz, de vencer, de ser campeão.

E que venha o Botafogo, no domingo! Assim como o Fluminense, o Vasco... Que venha também o Santos, o São Paulo, o Corinthians, o Inter, o Grêmio, o Galo, o Cruzeiro... 

São melhores? Sim. Mas, cá entre nós, qual deles se chama FLAMENGO?

Que venham todos!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Torcedor "comum" é proibido de comprar pizza no Pacaembu

No Pacaembu, pizza é vendida apenas para VIPs
Por Alessandro Lefevre

Na vitória do Palmeiras sobre o Sporting Cristal, do Peru, pela Libertadores, o torcedor que escolheu a arquibancada não pôde comprar e comer a pizza em formato de cone que é vendida no Pacaembu. O quitute é preparado nas lanchonetes que ficam no alto do estádio, mas é destinado exclusivamente para a área VIP, embora qualquer torcedor possa ver o preparo.

Um palmeirense que, no intervalo, ficou com vontade de comer a pizza se aproximou do local onde era feita a comida e perguntou ao segurança se podia comprá-la. "Não. Isso daí é só para os VIPs", disse o homem engravatado. O torcedor insistiu e falou que pagaria os R$ 6 que são cobrados. "Eu não posso. Se eu te vendo, meu chefe me ferra depois".

Em um país acostumado com a segregação, nada mais natural do que o segurança proibir a venda de um quitute dentro do estádio de futebol. E pior! Não se tratava de dar a pizza. O torcedor queria comprá-la. Infelizmente, o brasileiro está acostumado com a desigualdade. Estamos acostumados a elitizar tudo. Enquanto o torcedor "comum" come um hot dog a R$ 5, o cara que é VIP paga R$ 6 em uma pizza. Parabéns aos administradores do Pacaembu. Parabéns para a Prefeitura de São Paulo!

A segregação pela comida é uma das piores que existem. Do pó viemos e ao pó voltaremos. Só espero que as novas arenas não cometam o mesmo equívoco e não façam também esse tipo de distinção bizarra.

Muitos craques e pouquíssimo entrosamento




Por Felipe Pugliese


No papel, um elenco invejável. Tão invejável quanto a nova Arena. Tão despreparado quanto a nova Arena. Muitos craques e pouquíssimo entrosamento. Time que não entrosa não joga futebol, apenas corre atrás da bola.


Vou recorrer ao carioca Nelson Rodrigues para definir o ocorrido em Porto Alegre: - “Em futebol, o pior cego é o que só vê a bola”.


Quem voltou do trabalho correndo para assistir o grande time do Grêmio estrear na Libertadores caiu do cavalo. Uma decepção.


Um time que precisa de um bom tempo para ficar redondo. Aqui vai um pedido: - Tenham paciência com Luxa. Se cair na primeira fase da Libertadores não será uma surpresa, muito menos uma tragédia.


O grande erro foi trazer atletas para jogarem apenas a Libertadores. Quando Vargas e André Santos estiverem dando caldo... vão embora.


O Grêmio é um time para o Campeonato Brasileiro, aí sim um fortíssimo candidato. 
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