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quinta-feira, 30 de junho de 2011
Itaquerão: dinheiro público e contradições
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Peñarol e Santos nas lentes de Rafael Vitta
Como são muitos os amigos que apreciam a arte da fotografia e a exercem como hobby ou profissão, o PC está aberto para que vocês exponham suas fotos. Sejam elas de arquibancada, na beira do gramado, quadra, piscina, um bate bola na praia, debaixo de chuva, iluminado pela luz de carro, sei lá, o que o horizonte e a critividade permitirem. Sintam-se em casa.
As primeiras já foram
Marta, o centro das atenções deste Mundial, jogou bem. Com assistências inteligentes e chances de gols criadas, a camisa 10 da seleção teve uma atuação que pode ser considerada positiva. E é aí que está o grande problema.
Assim como no masculino, no futebol feminino sempre esperamos atuações memoráveis das grandes craques. Quando se fala em Marta então...
Entendam que isso não é uma crítica a Marta. E, sim, a cobrança de um torcedor que já a viu fazer coisas com as bolas nos pés que poucos homens têm a capacidade de ao menos tentar.
Nosso próximo adversário é a Noruega, que também venceu em sua estréia. A esperança é que, às 13h15 deste domingo, Marta volte a ser Marta.
terça-feira, 28 de junho de 2011
Neymar e a dura tarefa de superar Messi
A idéia inicial era intitular o texto como "Messi x Neymar" e desenvolvê-lo em cima do duelo. No entanto, é evidente que Lionel Messi é o melhor do mundo e o papo é quase favas contadas. Quase. O craque brasileiro terá ainda este ano duas oportunidades de superar as equipes lideradas por Messi: a Argentina, na Copa América, e o Barcelona, no Mundial de Clubes.
Duas partidas capazes de fazer o trabalhador bater o ponto mais cedo e correr para casa. Dentro das quatro linhas, o que há de melhor no futebol-arte, toda a magia de dois candidatos ao hall dos maiores de todos os tempos. Dois dribladores, cada um com seu estilo, um que gruda a bola no pé, o outro que troca de direção em extrema velocidade. Craques com imenso poder de decisão.
A verdade - e que o Cristiano Ronaldo não nos escute - é que Neymar e Messi têm tudo para virar o confronto de uma década. Os mais otimistas (e faço parte deste clube) têm a esperança de testemunhar jogos para entrar para a história. Partidas de Copa do Mundo, Champions League e de tantas outras disputas que eles vão se envolver.
Para isso, é importante que Neymar não se transfira para o Barcelona, por mais sedutora que pareça a ideia e a proposta. Se juntar ao principal adversário pode dificultar que Neymar supere o atual craque do planeta.
O Real Madri pinta como favorito na contratação e seria um bom time para que os jogos se tornassem mais freqüentes. No time merengue, porém, outros astros brasileiros foram boicotados, como Robinho e Kaká (mais recentemente) e Didi (na década de 50). Por isso, vejo o Manchester United como o lugar ideal. Nas mãos de Alex Ferguson, com Rooney como dupla de ataque, formando o ataque 'RooNeymar'.
E você, se fosse o Neymar, iria para qual time, independente de quando isso aconteça?
Tábua da Salvação: M. Leite põe Verdão entre os favoritos
Tábua da Salvação tem base em M.Leite e Kleber |
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Bem longe de ser um fato atípico
Desde que mandatário alvinegro definiu que seu clube não jogaria mais no Morumbi o Timão fez do Pacaembu um local místico nos jogos contra o São Paulo. Atletas como Paulinho e Fábio Santos se tornam grandes craques. É inexplicável. Parece que o caminho para o gol se encurta. Vou mais além sobre as atitudes de Sanchez. Não me surpreenderia se todos soubéssemos que o elenco ganha um “bicho” extra por cada vitória sobre o tricolor.
Outros grandes personagens da goleada corintiana foram Danilo, Liédson e Tite (acreditem se quiser). O treinador do Timão parece ter, enfim, achado um posicionamento interessante para o primeiro citado. Já o camisa nove dispensa qualquer tipo de comentário, pois dentro da área é incrivelmente versátil.
Rogério Ceni se exaltou e, ao meu modo de ver, não merece ser criticado por isso. Assim como do lado corintiano, nenhum são-paulino quer ver sua equipe perder para o seu maior rival. Na hora da expulsão de Carlinhos Paraíba o Tricolor já era inferior e o capitão se sentiu no dever de mostra sua indignação. Quem não se altera quando está indignado que atire a primeira pedra.
"Foi um jogo atípico", é isso o que a maioria está dizendo. Balela (!), afinal, ver o Timão vencer o Tricolor tem sido algo muito comum, bem longe de ser um fato atípico.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Dentro e fora dos gramados de Wimbledon
Nesta segunda-feira, foi dada a largada para a 125ª edição do mais nobre dos torneios de tênis profissionais. Durante as próximas duas semanas, jogadores, técnicos, jornalistas e torcedores frequentarão o quase sagrado solo do All England Club, local onde é realizado o torneio de Wimbledon, terceiro Grand Slam da temporada.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
O jogo de uma geração
Exposição no Shopping Eldorado, em S. Paulo |
O troféu que aparece aí junto com esse texto é o mais cobiçado pelos times da América do Sul. Ele será erguido por Santos ou Peñarol nessa quarta-feira no Pacaembu. Para o Peixe, ele significa o sucesso ou não de uma geração de craques, simbolizada por Neymar e Ganso.
Dois jovens que se tornaram promessas, conquistaram dois Campeonatos Paulistas e uma Copa do Brasil, alcançaram a seleção e são apontados por muitos como os possíveis salvadores da pátria na Copa do Mundo de 2014.
Mas ainda falta alguma coisa para Neymar e Ganso! Falta um título internacional! Uma conquista que dê respeito e reconhecimento em nível continental! Falta uma Libertadores que nem a geração Diego/Robinho conseguiu (derrota para o Boca Juniors em 2003). Falta a disputa de um título mundial, encarando o Barcelona de Messi, melhor time/jogador da atualidade!
A quarta-feira é o dia do tudo ou nada para a geração Neymar/Ganso! É hora dos “meninos da Vila” virarem gente grande, entrarem na vida adulta e provarem que podem, sim, ter o voto de confiança para a Copa.
Com eles, além de quase 40 mil torcedores, estará o espírito daquele Santos de quase 50 anos atrás, de Pelé, Coutinho, Pepe, Zito, Mengalvio e outros. Se tudo isso vai pesar ou não nos ombros dos jovens craques? Ao final dessa quarta-feira, saberemos...
Enquete: Cuca é o 1º treinador demitido no Brasileirão
Campanha medonha derruba Cuca do Cruzeiro |
terça-feira, 21 de junho de 2011
O duelo que incendeia a América do Sul
Há quem diga que a maior rivalidade mundial de seleções é entre Brasil e Argentina. Todo o debate - por mais lunático que pareça - envolvendo Pelé e Maradona, e a grande quantidade de craques que brotam por metro quadrado nos dois países botam lenhas e mais lenhas para queimar nesta fogueira.
Desde garoto, gosto da frase que diz que o argentino odeia amar o brasileiro, enquanto o brasileiro, ama odiar o argentino. Faz tanto tempo que escutei que nem lembro quem falou. Mas é a pura verdade.
O clássico Brasil e Argentina faz parte do folclore do futebol. Mas rivalidade, história e admiração é uma coisa. Só que eu estou aqui para falar de outro papo. Vou falar do futebol que sangra, que joga grama pro alto, que tem cotovelada no peito, empurrão e xingamento. Este texto é sobre a guerra envolvendo Brasil e Uruguai.
O pega pra capar vem de longa data. Quando a Celeste Olímpica - apelido histórico da Seleção Uruguaia - entrou no Maracanã para estragar a nossa festa, muita água já tinha passado debaixo da ponte. Os confrontos sempre foram marcados pelo excesso de jogadas ríspidas, muita catimba e, diversas vezes, chegou às vias de fato. Um jogo histórico é este no Maracanã, em 1976, (veja o vídeo), quando Roberto Rivellino protagonizou cenas de pancadaria. Isso que era só um amistoso.
Tantos foram os capítulos desta rivalidade escritos por clubes dos dois países. Nesta quarta-feira teremos mais um. O Santos entra em campo louco para fazer com que o jogo não descambe para a violência, o que beneficiaria somente os uruguaios. Com um time técnico, o Peixe só tem a perder se o jogo ficar quente e físico. Neymar certamente será muito marcado e pode até ser alvo de um rodízio de faltas. Cabe ao garoto mostrar que tem sangue frio e partir para dentro dos zagueiros.
Para que sirva de inspiração para o Santos e para Neymar, coloco abaixo uma das maiores vitórias do nosso futebol em cima deles: Brasil x Uruguai, semifinal da Copa do Mundo de 1970, no México. No duelo, o Rei apresentou outro ingrediente do seu futebol, um pouco diferente das jogadas geniais. Reparem na cotovelada que ele acerta no zagueiro no segundo vídeo. O homem do apito ainda deu falta nele e cartão para o zagueiro. Essa é a malandragem do futebol brasileiro. Boa sorte ao Santos.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Dois mundiais e quatro ouros
Respeito ao próximo
Desta vez não foi uma declaração polêmica na saída para o vestiário. Não, Marcos ganhou o título de destaque da rodada aos 26 minutos do segundo tempo da goleada por 5 a 0 do Palmeiras sobre o Avaí. Os jogadores, a torcida...todo mundo queria ver o grande Marcão bater o pênalti sofrido por Lincoln. Ele recusou o convite. Justificou que poderia prejudicar a carreira do novato goleiro adversário. Uma atitude digna de um atleta idolatrado até mesmo pelos rivais. Respeito ao próximo.
Cuca sai, Papai Joel Santana chega. Ao contrário de muita gente da crônica esportiva, acredito que foi uma boa decisão do Cruzeiro. Um elenco competitivo, porém desmotivado (sim, o tratamento para a cura da eliminação em uma Libertadores é demorado). Joel pode não ser um técnico estrategista, porém sabe como poucos mexer com o emocional de um grupo. Sobre Cuca, não acredito que fique mais de um mês desempregado. Arrisco-me a dizer que o Rio Grande do Sul deve ser o destino do emotivo treinador.
E aí, blogueiro, o São Paulo é o líder com cinco vitórias consecutivas e você não vai falar nada? Sim, eu vou falar do líder São Paulo. Por enquanto, uma campanha inquestionável. O grande teste, entretanto, acontece no próximo domingo, contra o Corinthians, no Pacaembu. Acredito que a série invicta do Tricolor pare por aqui.
sábado, 18 de junho de 2011
Olho nele
Clique aqui para ver a imagem ampliada. Ou leia abaixo o texto completo da reportagem.
"O zagueiro Thiago foi anunciado pelo Juventude, no começo do ano, sem muita pompa. Bastaram alguns treinos para ele provar que valera a aposta do clube. Titular desde o começo do Brasileiro, o garoto de 19 anos, nascido no Rio de Janeiro, mostrou sua eficiência na marcação e, o que é mais surpreendente, no ataque - já marcou três gols neste Brasileirão. Mas a principal virtude de Thiago está na marcação. O zagueiro tem bom desempenho nas roubadas de bola, ótima recuperação e raramente faz faltas duras: foram apenas cinco cartões amarelos e nenhuma expulsão até a 25ª rodada.
Thiago chegou ao Rio Grande do Sul em 2001. Parou no RS Futebol por intermédio de um amigo do ex-jogador Paulo César Carpeggiani, proprietário do clube. Lá, jogou a Série C no ano passado e foi contratado pela equipe do Caxias. 'O Juventude está me dando uma grande oportunidade. Me sinto privilegiado aqui', diz.
Com contrato até o final do ano, Thiago sonha em jogar no exterior. O Porto tem interesse, e especula-se que tenha oferecido 3 milhões de reais para contratá-lo. 'Tenho na minha mente o objetivo de jogar na Europa. Se não tiver uma proposta neste final de ano, vou ver o que é melhor para mim e para minha carreira', diz."
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Agora é que são elas
Sim, caros leitores, eu sei que nos resta tempo e nos falta estrutura para 2014. Não estou louco, tampouco alcoolizado. Refiro-me à Copa do Mundo de Futebol Feminino, que começa no próximo dia 26, na Alemanha. O lado triste: Poucos sabem disso.
Tenho diversos lapsos de memória, mas se tem um fato que não me esqueço é da final do futebol feminino nas Olimpíadas de 2008. Arrisco-me a dizer que, em um ato inédito, todos nós (decepcionados com os homens) torcemos, fanaticamente, para Marta e suas companheiras na grande decisão. Injustamente ficamos com a prata e os Estados Unidos com o ouro.
Mas o nosso presente é animador e a expectativa é fazer bonito na Alemanha. Estamos no Grupo D, junto com Noruega (adversário fortíssimo), Austrália (outro país que investe na modalidade) e Guiné Equatorial (Equipe desconhecida até mesmo pelo técnico Kleiton Lima).
Os mais entendidos (e até mesmo aqueles que não sabem tanto assim) apontam a anfitriã Alemanha como grande favorita. O fato de serem as atuais bicampeãs e jogarem em casa justifica a vantagem. Todavia, temos Marta, Cristiane... Sim, o caneco é possível. Vamos torcer!
quinta-feira, 16 de junho de 2011
16/6/1999: a maior conquista da história do Palmeiras
A campanha até ali era irretocável. Num grupo com times tradicionais, como Cerro Porteño e Olímpia, ambos do Paraguai, e Corinthians, seu arquirrival, o Alviverde se saiu muito bem e passou à fase eliminatória em segundo lugar. Nas oitavas, o Palmeiras pegaria o incrível Vasco, à época o melhor time das Américas. Passou por cima. Nas quartas, Marcos pegou pênalti de Vampeta depois de dois confrontos eletrizantes no Morumbi. Corinthians eliminado. E a rivalidade Brasil-Argentina foi a campo nas semis da competição. Com atuação de gala de Alex, o Palmeiras chegava mais uma vez a uma final e tirava o sonho do tri do River Plate.
Uma semana antes da finalíssima, filas enormes fora e dentro do Palestra Itália para garantir um dos pouquíssimos 32 mil ingressos. No dia do jogo, cambistas apanhavam na porta do estádio e os torcedores de organizadas pegavam os ingressos para fazerem a festa dentro do caldeirão. Como diz Galvão Bueno, o jogo era um verdadeiro teste pra cardíacos. E já no segundo tempo o artilheiro Evair, com uma tranquilidade fora do normal, bateu pênalti e abriu o placar. O Palmeiras era melhor. Mas Júnior Baiano, vice-campeão do mundo com a Seleção em 98, cometeu penalidade infantil. Zapata chutou firme e empatou. Tensão no Palestra!
Nunca tinha visto uma torcida tão assustada. Foi quando, em bela trama pela esquerda, o lateral Júnior cruzou e Oséas tocou pro fundo do gol. O gol, como diz Eduardo Galeano, é o orgasmo do futebol. Esse especificamente foi melhor do que um orgasmo, se é que isso existe. E, num misto de alegria e estresse, o estádio se esqueceu que era de cimento, se soltou da terra e foi para o espaço. O que não faltavam eram torcedores chorando em pleno Palestra Itália. Incrível.
A decisão iria mesmo para os pênaltis.
O resto da história fica a cargo de Galvão Bueno:
Ficha técnica:
16/6/1999 - Quarta-feira
Local: Palestra Itália
Público: 32.000
Árbitro: Ubaldo Aquino (PAR)
PALMEIRAS: Marcos, Arce (Evair), Júnior Baiano, Roque Júnior e Júnior; César Sampaio, Rogério, Alex (Euller) e Zinho; Paulo Nunes e Oséas. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
DEPORTIVO CALI: Dudamel, Pérez (Gavíria), Yépes, Mosquera e Bedoya; Viveros, Zapata, Candelo (Hurtado) e Betancourt; Bonilla e Córdoba (Valencia). Técnico: José Hernández.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Tradicionais, Santos e Peñarol iniciam disputa por título
Cinzas vulcânicas a parte, começa nesta quarta-feira em Montevidéu no Uruguai a 52ª final da Copa Libertadores da América. Frente a frente, estarão Santos e Peñarol ou Brasil e Uruguai, países e times cuja rivalidade remonta os primórdios do futebol, e que atual e ultimamente, representam o ressurgimento de escolas vitoriosas.
Isso porque depois de mais de 20 anos, o Santos voltou a conquistar um título em 2002 e desde então vive uma sequência de conquistas jamais vivida desde a década dourada de 1960. Ao mesmo tempo, terceiro maior vencedor da história da competição com cinco títulos, o Peñarol volta a decidir a Libertadores depois de 24 anos e acompanha o ressurgimento do próprio Uruguai, quarto colocado na Copa do Mundo da África do Sul, tendo Forlán o maior jogador da competição e na partida contra Gana, o principal momento da Copa.
Mas, falar de história neste momento soa obsoleto, pois os craques históricos do passado não jogam mais. Por isso, discutir se historicamente leva vantagem quem joga a primeira em casa ou fora, é inútil. Melhor é olhar o presente para falar do jogo de logo mais.
Dentro de campo, e tecnicamente, o time do Santos é melhor e aparece como o principal favorito para a conquista do título. Apesar disso, e ao contrário do que muita gente disse, creio que o time uruguaio era realmente melhor que o argentino Vélez Sarsfield, derrotado na semifinal. No entanto, para o Santos, foi melhor enfrentar o Peñarol.
Isso porque o Vélez tinha um estilo de jogo completamente diferente do santista, com um futebol mais de força e especialmente calcado no jogo aéreo. Embora não tenha tanta qualidade individual, o Peñarol se aproxima mais do futebol praticado pelo time de Muricy, com eficiência e velocidade no ataque e boa postura defensiva, segurando bem os ataques adversários.
Por tudo isso, a partida no Uruguai requer muita atenção especialmente da defesa santista, que estará bastante desfalcada. Da considerada titular, sobrou apenas Durval. Jonathan e Léo, machucados, desfalcam as laterais e Edu Dracena, suspenso, é a ausência no miolo da zaga.
Se suportar bem a pressão geralmente eficiente do Peñarol, o time santista deve dar um bom passo à conquista da terceira Libertadores, já que o seu ataque, especialmente quando se utiliza dos contra golpes, é dos melhores, personificado na figura de Neymar, no esforço de Zé Eduardo, na experiência e qualidade de Elano e na velocidade dos meio-campistas Arouca e Danilo, além do avanço de Alex Sandro, bom lateral pela esquerda.
terça-feira, 14 de junho de 2011
A música entra em campo e conta a história de um flamenguista injustiçado
Lá pelos idos de 1993 eu já possuía uma certa quantidade de camisas do Corinthians. Não passavam de sete, mas eram maravilhosas, ficava em dúvida de qual usar. Elas ficavam na última gaveta do meu armário. Segundo minha mãe, a primeira gaveta era reservada às camisas novas, a segunda para as do cotidiano e, a última, àquelas que eu usava para acompanhar meu avô e meu pai ao futebol.
Depois do último texto para o Paixão Clubística, porém, aquele exaltando a formação musical dos vascaínos – dá uma lida aqui – voltei minha memória a essa última gaveta e lembrei que as duas únicas camisas que não eram alvinegras era uma da seleção brasileira e uma do Flamengo com o número 5 bordado às costas. Creio que fui a única criança de Piedade com uma camisa de clube com o número cinco. Afinal, a unanimidade sempre foi o 10, 9, 11, 7, quiçá o 8. Por sorte, isso nunca motivou o bullyng.
Ou seja, tenho uma simpatia por todos os clubes do Rio de Janeiro e isso me motivou a, mais uma vez, usar um clube carioca como tema. Ao receber esses dias o livro “Wilson Batista: Na corda bamba do samba” (Luís Pimentel e Luís Fernando Vieira; Editora Relume Dumará; 1996), senti raiva. É que nada me deixa mais com raiva que: milho, juiz folgado, chefe e injustiça. Necessariamente nessa ordem.
Vamos ao caso: Wilson Batista, malandro e sambista de primeira linha, aquele que travou um desafio com o gênio Noel Rosa, era flamenguista doente. E, por mais que o Vasco tenha compositores sensacionais que vestem a Cruz de Malta, nenhum clube foi mais homenageado em sambas que o Mengão.
Já citamos aqui no Paixão o “Samba Rubro-Negro”, composto por Wilson e regravado por João Nogueira. Mas hoje ouviremos outras duas pedradas compostas pelo Rapaz Folgado, como foi tachado por Noel.
A primeira é “Memórias de um Torcedor”, em parceria com Geraldo Gomes e gravada em 1946. Na interpretação a seguir, o samba é cantado por Cristina Buarque em gravação de 1995. Além da letra, vale a pena prestar atenção no acompanhamento feito pelo clarinete.
Abaixo, na interpretação de Marcos Sacramento, mais um revés do Flamengo. A parceria desta vez é do ano de 1942 com Antonio de Almeida e foi batizada de “E o Juiz Apitou”.
Acontece que, segundo os autores do livro já mencionado, durante as primeiras entrevistas para a obra, o C.R Flamengo foi consultado pelos escritores com o objetivo de pesquisar alguma homenagem feita pelo clube ao sambista que tanto homenageou o Rubro-Negro. A resposta, dada pelo diretor da secretaria, Arthur de Carvalho foi:
“Tenho mais de 30 anos de Flamengo e nunca ouvi nenhuma música desse compositor para o clube. Se alguém deve ser homenageado um dia pelo Flamengo, é o Lamartine Babo, que fez o hino do clube”.
Enfim, a atitude do cidadão que falou pelo clube não corresponde à de todos os torcedores. Mas, em tempos de pouco amor à camisa, o flamenguista deve exaltar aqueles que realmente amaram o clube e limpar essa injustiça cometida com Wilson. Como? Basta ouvir os seus sambas, espalhar essa história e deixar que a memória do malandro rubro-negro continue viva.
Para fechar a conta e passar a régua, deixo a homenagem do Paixão Clubística à memória de Wilson. O "Samba Rubro-Negro", desta vez, na voz de Carlinhos Vergueiro. Valeu e até a próxima!
Para Adãozinho, um merecido epílogo
segunda-feira, 13 de junho de 2011
A Tropa do Alemão dá o primeiro título ao Mavericks
A festa texana não tem hora para acabar. O primeiro título da história do Dallas Mavericks e cada gole de cerveja bebido na comemoração são um oferecimento do gigante chamado Dirk Nowitzk.
Nada foi capaz de segurar o alemão nas finais da NBA. Nem o trio de craques do Heat, tampouco a febre de 39 graus no quarto jogo fizeram a montanha gelada derreter. Nowitzk foi decisivo. Quando o jogo apertava, a bola rodava de mão em mão até chegar ao homem. Do alto dos seus 2,13 cm, Dirk flutuava em quadra e fazia chover. Longe de ser desajeitado, com uma precisão de poucos, o alemão fez o aro parecer grande na série decisiva.
Bem diferente de Dirk Nowitzk, considerado com sobras o jogador das finais, o astro Lebron James se apagou. Depois da primeira partida, Lebron decaiu jogo pós jogo. O primeiro sintoma foi o crescimento vertiginoso do parceiro Dwyane Wade – até aí beleza –, depois vieram a falta de pontos e do protagonismo. Com um volume menor de jogo, a bola passou a ficar pouco em suas mãos e quando ela chegava parecia queimar. Depois de largar os Cavalliers por conta da sede por uma conquista, o peso da responsabilidade começou a pesar. Ele parecia que precisava provar a cada bola, e provou. Provou com diversos erros infantis que ainda não está no patamar dos maiores da história.
Outro diferencial da Tropa do Alemão foi justamente o seu poder coletivo. Dallas tem dois armadores extremamente qualificados. J.J. Barea e Jason Kidd sabem colocar a bola debaixo do braço e dar ritmo ao jogo. Os raçudos Shaun Marion e Tyson Chandler brigam por cada lance, por cada palmo de quadra e são o termômetro do garrafão.
E por último, Jason Terry. Junto com Dirk, perdeu a outra final da franquia, cinco anos atrás, também contra o Miami. A vontade de comer o prato frio era tanta, que chegou a tatuar o troféu da NBA no braço antes mesmo da temporada começar, com a promessa de apagar caso não fosse campeão. Não será necessário. Irregular nos três primeiros jogos, o neguinho marrento não afinou e pontuou bastante nos últimos duelos. Na marcação, anulou James. No ataque, o repertório era maior: infiltrações, dribles, cestas de três e uma desenvoltura em quadra típica do basquete de rua.
Parabéns Dallas Mavericks, campeão da temporada 10/11.
Talvez, quem sabe...
domingo, 12 de junho de 2011
Eterna discussão
O certo é que o primeiro campeão nacional é o Bahia. É certo também que o primeiro campeão brasileiro é o Atlético Mineiro. Resumindo, eu chovi no molhado. Na verdade não há como negar que o Brasil tem dois primeiros campeões em seu campeonato.
Discussão à parte, hoje as duas equipes se encontram pelo Brasileirão, em Pituaçu. Em campo, plantéis que ainda precisam convencer suas fanáticas torcidas na temporada.
Como recordar é viver e ambas as torcidas não comemoram um título expressivo há anos, seguem dois vídeos relacionados às conquistas de 59 e 71. O primeiro é uma homenagem a Marito, herói do título do Bahia. Já o segundo é o gol que rendeu ao Galo mais querido do mundo o título brasileiro de 71.
UFC 131: Cigano vence mais uma e na próxima leva o cinturão
No decorrer da última semana, clamei aos colaboradores do Paixão Clubística que torcessem incessantemente pelo nosso compatriota Junior do Santos, o Cigano, no UFC 131. Ele enfrentaria o americano Shane Carwin, outro peso pesado e, caso ganhasse, estaria cotado para enfrentar Cain Velásquez na disputa do cinturão da categoria.
Não foi à toa que joguei no lixo todas as lições do jornalismo ao escrever este primeiro parágrafo. UFC é show, espetáculo e muita emoção entra junto com o lutador no octógono. E pode ter certeza que a torcida brasileira entrou com o Cigano neste sábado. O atleta demonstrou muita maturidade e excelente preparo físico ao vencer Carwin na decisão unânime dos juízes e agora irá disputar o cinturão contra o casca-grossa Velásquez após chegar invicto à sétima vitória seguida no UFC.
Nesta noite, Cigano surgiu como a última esperança dos brasileiros. Demian Maia, pentacampeão mundial de Jiu-Jitsu e um dos grandes atletas brasileiros, vinha de duas vitórias seguidas após a derrota para Anderson Silva e entrou no octógono ao som de Cássia Eller interpretando Vida Bandida. A boa escolha da música de entrada não refletiu no seu desempenho no octógono. O brasileiro não conseguiu repetir suas últimas atuações e perdeu por decisão unânime dos juízes para Mark Munoz.
Já Diego Nunes, que preparou o octógono para a entrada de Cigano, fazia apenas sua segunda luta no UFC. Por isso, nada mal para o rapaz de 28 anos que representou bem o País diante do norte-americano Kenny Florian com um bom combate em pé no primeiro round. No entanto, Florian percebeu o ímpeto do brasileiro e nos rounds seguintes levou a luta para o chão, exercendo domínio. No fim, Diego ainda esboçou uma reação, mas foi insuficiente para lhe garantir a vitória.
Outro brasileiro a “por a cara a bater” fazia sua estreia no UFC. Vagner Rocha, além de enfrentar o experiente norte-americano Donald Serrano, também tinha contra ele uma luta interna que atinge 99% dos seres humanos: a ansiedade. Por isso, diante de tantos adversários, nosso compatriota não conseguiu impor o seu estilo de luta, demonstrando poucos recursos em pé e pouca eficácia para levar a luta ao chão e fazer valer sua faixa preta de jiu-jitsu.
Resultados do Card Principal:
Junior “Cigano” dos Santos derrotou Shane Carwin – decisão unânime dos juízes;
Kenny Florian derrotou Diego Nunes – decisão unânime dos juízes;
Dave Herman derrotou Jon Olav Einemo – TKO (nocaute técnico) no 2º round;
Mark Munoz derrotou Demian Maia – decisão unânime dos juízes;
Donald Cerrone derrotou Vagner Rocha – decisão unânime dos juízes.
sábado, 11 de junho de 2011
Parabéns a um dos maiores coadjuvantes da história do futebol brasileiro
Nesta linha de raciocínio, para muitos pouco significa um cara ser o terceiro maior artilheiro da história de um grande clube. “Pô, ele é só o terceiro”, dirão uns e outros. Ignorando, é claro, tantos e tantos atletas que passaram por aquele mesmo time e jamais chegaram perto de alcançar a marca do simples terceiro colocado.
E o que dizer então de um cara que é coadjuvante do Rei do Futebol? Aliás, embora tivesse um time muito forte, todo aquele Santos da década de 1960 passou para a história como coadjuvante de Edson Arantes do Nascimento.
Um deles, o seu maior parceiro de todos os tempos, é Coutinho, camisa 9 do time santista e que completa neste sábado, 11 de junho, 68 anos de vida. Com a camisa santista, marcou 370 gols, ficando atrás apenas de Pelé e Pepe na lista de maiores artilheiros do clube.
“Não falei, é apenas o terceiro do clube”, dirá de novo outro.
Pois bem. Com seus 370 gols no Santos, o ex-atacante supera números dos maiores artilheiros da história do Corinthians (Claudio, 305 gols), Palmeiras (Heitor, 284), São Paulo (Serginho, 242), Botafogo (Quarentinha, 307), Fluminense (Waldo, 314), Internacional (Carlitos, 325), Grêmio (Alcindo, 264), Barcelona (César, 235), Real Madrid (Raul, 308), Manchester United (Bobby Charlton, 249), Milan (Gunnar Nordahl, 221), Juventus (Del Piero, 185), Boca Júnios (Palermo, 181) e etc...
Acho que o senhor Antônio Wilson Honório, assim como tantos outros coadjuvantes do nosso futebol e esporte em geral, merece um pouquinho de respeito, não?
Quando entrei em contato com Coutinho, este disse que estava dirigindo e que por isso a entrevista teria de ser breve. Ela foi, mas também foi muito divertida e interessante.
Paixão Clubística: Coutinho, são 370 gols com a camisa do Santos, mais os marcados pela Seleção e além disso, são 68 anos. Consegue separar um gol mais importante da sua carreira?
Coutinho: Não tem um gol mais importante que o outro. Para mim são todos importantes. Não tem nada de especial em um ou outro gol, são todos importantes da mesma maneira.
PC: Infelizmente não vi o senhor jogar e por isso a pergunta: você era destes atacantes que queria mesmo era fazer o gol e tanto fazia se de canela, barriga, peito... Valia tudo, desde que fosse gol?
Coutinho: Não (risos), claro que não. Que me lembre, nunca uma bola bateu na minha canela. Sempre fiz as coisas bem feitas, tanto é verdade que você não me viu jogar e está me entrevistando, lembrou de mim, do meu aniversário. Acho que alguma coisa certa eu fiz, não?
PC: Acho que fez... (risos). Você consegue se imaginar no futebol de hoje?
Coutinho: Sinceramente, acho que seria uma covardia...
PC: Sério? Por quê?
Coutinho: Porque eu iria, simplesmente, deitar e rolar...
PC: E no futebol de hoje, existe alguém que tenha o mesmo estilo, ou parecido com você?
Coutinho: Ninguém. Ninguém que joga na minha posição hoje se parece comigo. Nem na cor. Hoje está todo mundo mais moreno, mais branco. Sem falar nos cortes de cabelo... Tem cabelo liso de índio, moicano, tem de tudo...
PC: E desde que você parou de jogar? Tivemos grandes nomes como Careca, Reinaldo...
Coutinho: Aí você começou a falar a minha língua. Aí sim você está falando de futebol, de gente que jogou muita bola. De todos os que passaram e fizeram sucesso, quem mais se pareceu comigo foi o Reinaldo...
PC: O rei do Mineirão...
Coutinho: Isso.
PC: Por quê?
Coutinho: Pela técnica apurada, o jeito de jogar...
PC: O Santos está na final da Libertadores. O que você pode dizer aos torcedores santistas?
Coutinho: Desejo boa sorte! Só isso...
PC: Obrigado Coutinho, e muitos anos de vida!
Coutinho: Obrigado menino, prá você também...
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Volta por cima
Para aqueles que não se lembram, ai vai um leve refresco de memória. Pelo Campeonato Brasileiro de 2009, ainda quando jogava pelo Botafogo, o atacante foi flagrado no exame antidoping. Flagrada, a cocaína parecia por um ponto final no sonho de mais um brasileiro. O tempo passou e Jobson ficou seis meses afastado dos gramados.
O tempo passou mais uma vez o atacante atualmente defende o Bahia. Está fazendo gols. Está feliz. Porém, no próximo dia 21 o atacante será julgado (ainda pelo caso de 2009) e pode ficar mais um ano e meio longe daquilo que mais gosta.
Opinião em primeira pessoa: Afastar o ser humano, ainda em recuperação, daquilo que ele mais gosta de fazer é regredir em sua volta por cima. Tirar Jobson novamente do futebol seria o mesmo que prender um usuário de cocaína achando que isso irá ajudá-lo.
Aproveitando o tema “recuperação”, quem chega na área é Walter Casagrande Júnior, o grande Casão. Há algum tempo, as notícias sobre a internação do ex-jogador em uma clínica de recuperaçã me assustaram. Gosto do cara e acho o melhor comentarista esportivo da atualidade, sem falar naquilo que representou como atleta. Desta vez, parecia que a heroína, finalmente, havia o vencido. No entanto, o tempo passou (pela terceira vez) e Casão está de volta, até chorando durante as transmissões da Globo. Sua presença no Arena SporTV é fundamental.
Ainda em fase de recuperação, Casagrande cedeu uma entrevista reveladora à revista Placar deste mês. Sinto-me na obrigação de transcrever alguns trechos, pois, como fã, acredito que esse é o testemunho da volta por cima. Valeu Casão!
Início nas drogas
“Desde novo eu usava. Na época em que jogava, com 18, 19 anos, eu fumava só um baseadinho. Eu nem bebia”.
Drogas I
“As pessoas diziam que eu era um cara legal. Mas, quando eu estava sozinho, me achava um bosta...A droga, no meu caso, era a ponto do Iceberg. Meus problemas eram internos”.
Drogas II
“Se não tivesse sido um atleta de pontA, que treinava para c..., teria morrido há muito tempo”.
Volta a Rede Globo
“Voltei em abril de 2009, no Arena SporTV. Estava emocionado para c... Não via o Cléber Machado há um ano e tanto. Foi emoção à flor da pele... Quando sai da clínica nasci de novo”.
Galvão Bueno
“Profissionalmente, ou no comportamento dele, nem tudo me agrada, nem tudo eu gosto. Mas, como ser humano, por tudo o que ele fez por mim, pode contar comigo para o resto da vida.
Vida de ator
“Outro dia me deram o DVD. Foi um sacrifício assistir. O filme é muito ruim”.
As quatro linhas na telona
É claro que existem filmes de sucesso que reproduzem o mundo fora das quatro linhas. É o caso do excelente Holligans, com Elijah Wood. Mas fazer com perfeição algo que é tão próximo do nosso cotidiano, a bola em jogo, a cobrança de corner, a catimba, a cabeçada que trisca a trave e sai pela linha de fundo, levando os torcedores ao delírio, é quase impossível.
E como criar sintonia entre a pipoca e a redonda? Me parece que os diretores brasileiros acharam a solução. Ou mostram aquilo que cerca o futebol (mandingas, macumbas, brigas, bastidores, polêmicas, etc) ou fazem... Documentários! Tem gol melhor do que o de verdade?! É isso. Tem que filmar o jogo real, o sofrimento e o contentamento dos jogadores, a angústia dos treinadores e a Paixão Clubística dos torcedores. Coisas que ninguém consegue interpretar com exatidão.
O mais novo filme, que em breve estará no escurinho dos cinemas de Salvador, Feira de Santana e São Paulo, é o Bahêa Minha Vida. Dirigido por Marcio Cavalcante, o longa metragem conta a paixão, os sonhos e a vida do torcedor do Tricolor de Aço. Uma vida expressa em alegrias e lágrimas, em gritos e silêncios, em desencantos e euforias. É realmente uma bela homenagem. Veja o teaser do documentário. É de arrepiar até o mais fanático dos torcedores do Vitória:
O renascimento do futebol carioca
Vasco, campeão da Copa do Brasil 2011. Fluminense, campeão brasileiro de 2010. Flamengo, campeão brasileiro de 2009. Definitivamente, já podemos afirmar que o futebol carioca está renascido das cinzas. Mas será que essa ressurreição pode ser comparada à época de ouro vivida nos anos 80?
No Campeonato Brasileiro, os cariocas ficaram nove anos sem título. Depois do Vasco em 2000, foi quase uma década até que o Flamengo erguesse o troféu em 2009, quebrando uma sequência de 5 anos de títulos paulistas. Mesmo com toda a polêmica em torno de Adriano e cia., o time venceu. No ano seguinte, o Fluminense tirou o atraso, investiu no "craque" Muricy e num time caro e foi recompensado com o título. Sejamos honestos: a qualidade do torneio que dizem ser o mais difícil do futebol mundial não anda lá essas coisas. Quantos times não vacilaram nesses anos e possibilitaram as duas conquistas cariocas... Mas ainda assim, conquistar um Brasileiro merece todo o respeito.
Na Copa do Brasil, dos últimos 6 títulos, 3 ficaram com os cariocas: Vasco agora, Fluminense em 2007 e Flamengo em 2006, quebrando um jejum de 16 anos dos cariocas e do próprio Flamengo. Os críticos dirão que esse torneio é disputado pelos times "menos fortes" digamos, já que os melhores ficam na Libertadores. Que seja, mas não deixa de ser uma disputa nacional e um título relevante. O argumento aqui é o mesmo usado anteriormente: basta ver os times eliminados durante essas Copas vencidas pelos cariocas.
Mas aqui vale uma ressalva importantíssima. Há 13 anos, os cariocas não vencem uma Taça Libertadores. Nesse período, os paulistas ganharam duas vezes (Palmeiras em 1999 e São Paulo em 2005) e os gaúchos levaram duas (2006 e 2010), ambas com o Internacional. O último carioca a conseguir a façanha foi justamente o Vasco, em 1998. Nesse período, excetuando o Fluminense derrotado na final de 2008, os cariocas não marcaram presença nem nas semifinais. Sem falar que Botafogo e o próprio Fluminense nunca venceram o torneio continental.
Nos anos 80, os cariocas venceram 6 dos 10 Campeonatos Brasileiros disputados: Flamengo em 1980, 82, 83 e 87 (sem essa de citar o Sport aqui, pelo amor de Deus!), Fluminense em 84 e Vasco em 89. Craques inesquecíveis fizeram parte daquelas conquistas, como Zico e Assis. Difícil comparar aqueles tempos com os atuais e dizer que os cariocas agora podem repetir aquela hegemonia. Alguns vão dizer: "Ah, mas tem o Ronaldinho Gaúcho, tem o Deco, o Felipe!". Honestamente: acho muito bom e até saudável que os cariocas rompessem o domínio paulistano em nível nacional, mas daí a dizer que podem recuperar o poderio que tiveram no passado é demais. Os cariocas precisam de uma Libertadores para se fortalecerem. E isso ainda parece muito distante...
De qualquer maneira, parabéns aos cariocas pelo renascimento. E que isso sirva de inspiração para uma melhoria também na política e na estrutura dos clubes.