Páginas

terça-feira, 6 de setembro de 2011

'Aqui é Brasil'



Desconfio que, pela televisão, o amistoso de ontem (5/9) entre Brasil e Gana tenha dado sono. Mas, de dentro do estádio Craven Cottage, em Londres, testemunhei uma euforia que poucas vezes vi durante uma partida.

Era tudo meio descontrolado. Nada de gritos organizados. Uns cantavam “Brasil e o”, outros “sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor”, enquanto outra parte, majoritariamente feminina, ficava satisfeita em soltar o bom e velho “aaahhh” (em qualquer ocasião, seja um chute, uma bola na área ou a proximidade de um jogador).


Também não contive minha euforia em alguns momentos. Quando entrei no estádio, os titulares estavam no canto do gramado aquecendo. Quando percebi que minha cadeira estava a poucos metros de Neymar e companhia, sai correndo escadaria a baixo até ficar bem perto dos jogadores. Tirei uma foto atrás da outra, mas, para meu desespero, não ficaram tão boas como eu havia imaginado.

De nada adiantou os fiscais ingleses pedirem para a torcida sentar. “Aqui é Brasil!”, exclamou um capixaba que estava na fileira acima da minha. Quando o árbitro da partida anulou o gol de Leandro Damião, Londres foi palco para um sonoro “ei, juiz, vai tomar no c...”. Gritamos com gosto. Assim como, involuntariamente, mantínhamos os pés em movimento de acordo com o batuque que rolava nas arquibancadas.

O jogo, em si, pode não ter sido dos melhores. Mas, a tantos milhares de quilômetros de casa, não havia nada, muito menos a fina garoa que caía, que esfriasse uma festa de mais de 15 mil brasileiros diante da tão amada Seleção Brasileira, com tantos craques, com tanta história.

Encontramos um 9?


Quando fomos eliminados (vexatoriamente) da Copa América contra o Paraguai, muito se falou que o Brasil não tinha mais um matador como Romário e Ronaldo. Alexandre Pato foi a primeira e óbvia aposta de Mano Menezes, formando o "ataque ideal" ao lado de Neymar e Robinho. O jogador do Milan, porém, não correspondeu. Apesar de boas atuações, cansou de perder gols que matador não pode desperdiçar.

Ontem o titular foi Leandro Damião, que fez o gol da vitória. Ainda é cedo para falar, mas não dá para negar que o atacante do Internacional começou bem sua caminhada como titular da seleça. Certamente será o titular nos próximos dois jogos do Brasil, ambos contra a Argentina (dia 14, em Córdoba, e dia 28, em Belém).

Veja a convocação para o primeiro desses dois clássicos, só com jogadores que atuam no Brasil:

Goleiros: Fábio (Cruzeiro), Rafael (Santos) e Jefferson (Botafogo). Laterais: Danilo (Santos), Mário Fernandes (Grêmio), Bruno Cortês (Botafogo) e Kleber (Internacional). Zagueiros: Dedé (Vasco), Réver (Atlético-MG), Rhodolfo (São Paulo) e Henrique (Palmeiras). Volantes: Casemiro (São Paulo), Paulinho (Corinthians), Ralf (Corinthians) e Rômulo (Vasco). Meias: Cícero (São Paulo), Lucas (São Paulo), Oscar (Internacional), Renato Abreu (Flamengo) e Thiago Neves (Flamengo). Atacantes: Fred (Fluminense), Leandro Damião (Internacional), Neymar (Santos) e Ronaldinho Gaúcho (Flamengo).

2 comentários:

  1. Muito legal o texto mano. Como que é isso da proximidade com o gramado? Dá outra clima para o jogo, né!?

    Na hora que a torcida xingou o juiz, pensei em você gritando na hora. É engraçado, mas, querendo ou não, "vai toamr no c..." acaba sendo um grito com identidade brasileira. Provavelmente, gritar isso era o mesmo que gritar Brasil ou empunhar uma bandeira.

    ResponderExcluir
  2. É bem top a proximidade. Parece que você faz mais parte do espetáculo. Quando o Gaúcho ia cobrar escanteio, a galera pirava... até na torcida de Gana.

    É um grito bem brasileiro mesmo haha. Dei muita risada na hora que rolou.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...