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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

04/12/2011 - o dia em que o Brasil acordou mais triste e menos inteligente


Homenagem ao Doutor (Foto: Eduardo Viana/Lance)
  
Por Tuca Veiga

De canto de ouvido, com o olho entreaberto, ouvi a notícia que me despertava para o domingo decisivo no Brasileirão: O Doutor Sócrates morreu.
Quem trouxe a triste notícia foi meu sogro, são-paulino, rival, vivendo a mesma dor que eu e muitos brasileiros sentiram ao receber a trágica notícia.
No domingo em que meu clube se sagrou pentacampeão, nada me comoveu mais do que as coisas relacionadas ao maior jogador da história do Sport Club Corinthians Paulista.
Muitas homenagens foram feitas. Os jogadores do Timão e a sua torcida ficaram com os braços levantados e o punho cerrado, como fazia o Magrão quando comemorava seus gols. Uma homenagem e tanto. Embora a maior tenha sido a conquista do campeonato: o penta do Magrão.
Li muitos comentários interessantes e selecionei um pouco do que vi por aí, principalmente dos amigos do Doutor. Vejam abaixo a repercussão desta perda irreparável.
“Nossa, que tristeza. Dr.Sócrates, meu grande ídolo, o maior jogador que vi jogar na história do Corinthians nos deixou! Não sei nem o que dizer”, comentou Benjamin Back. “O domingo pra mim perdeu a graça. o futebol ficou mais pobre. O Magrão fará uma falta incrível. Cresci com pôsteres dele no meu quarto”, completou.
“Doutor Sócrates não morreu, nem morrerá, deu só um calcanharzinho de adeus”, disse Xico Sá, companheiro de Cartão Verde, que também escreveu em sua coluna: “Choro, meu filósofo, choro um Rio São Francisco inteiro por ti, mas como não celebrar nossos tantos chorinhos na madruga da existência”.
Lula não deixou de dar o seu recado: “Esse título também é uma homenagem ao Dr. Sócrates. Ele fará muita falta. A contribuição de Sócrates para o futebol brasileiro e para o Corinthians jamais será esquecida”.
A exemplo do ex-presidente, Dilma também fez questão de tecer algumas palavras: “O Brasil perde um de seus filhos mais queridos, o Dr. Sócrates. Nos campos, com seu talento e seus toques sofisticados, foi um gênio do futebol. Fora dos campos, nunca se omitiu. Foi um brasileiro atuante politicamente, preocupado com o seu povo e o seu país”.
“Ele era uma figura extremamente agradável, amiga, que gostava muito de viver, de música, de discutir política, falar sobre tudo. E era esse lado que mais me conquistava, que mais me alegrava. O lado do ser humano preocupado com o povo brasileiro, com o cidadão. Dele, vou guardar sempre a alegria, a vontade de viver, a perseverança atrás de ideais”, escreveu Trajano, que chegou a morar com Sócrates na Itália.

Outro amigo de longa data, Juca Kfouri, prestou a sua homenagem entrelaçada ao penta corintiano. “O dia em que uma das maiores torcidas do mundo acordou chorando de dor e foi dormir chorando de alegria. (...) Às quatro e meia da manhã morria Sócrates Brasileiro, o Doutor, o Magrão, o Magro, o mago dos calcanhares geniais, o mais original de todos os jogadores da história centenária do Corinthians. (...) E ele que já era inesquecível, acrescentará à sua história ter morrido no dia em que seu time o homenageou sendo campeão. O que, convenhamos, é uma história bonita, linda mesmo. E triste, profundamente triste”.

Mas de todas as homenagens, uma que gostei muito foi a do jornalista Flávio Gomes: "Sócrates morreu de tanto viver, que é uma boa forma de morrer".

Obrigado, Doutor. Descanse em paz...

2 comentários:

  1. Belo Texto! Vá com Deus Doutor!

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  2. Ótimo texto. Não por acaso nenhuma frase de Andrés e Ronaldo. Os 2 corintianos de maior visibilidade do momento escolheram o caminho oposto do doutor que além de um jogador fabuloso (para emprestar uma homenagem de minha paixão clubística) era também uma pessoa extraordinária que não fugia ao necessário enfrentamento político.

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