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quinta-feira, 2 de junho de 2011

É pá vê ou pá comê?

Preparem-se para a notícia: estamos em época de Copa do Mundo. Melhor: vivemos dias de uma tentativa de (des)organizar a tal Copa aqui no Brasil, que, sim, já bate às portas do patropi. Não duvidem: 2014 é logo ali adiante.

Em tempos assim, de tanta euforia e cofres - os nossos? - tão abertos, vemos coisas boas e ruins. Vemos, claro, as listas de convocados para a seleção brasileira cada vez mais com a presença de jogadores que atuam em casa. Vemos estádios serem erguidos, outros não serem implodidos, outros nem sequer com um tijolo de pé. Mas, felizmente, também vemos craques. Às vezes, vemos Ronaldinho Gaúcho e Fred. Por enquanto, ainda vemos Neymar, Ganso e Lucas. E, quem sabe, ainda veremos Luis Fabiano.

E, por mais incrível que possa parecer, vimos a seleção vice-campeã da Copa do Mundo da África do Sul treinando no Rio de Janeiro. (Sim, o Flamengo - quem diria -, recebeu os jogadores da Holanda em sua sede e, cordialmente, cedeu o campo da Gávea para os treinamentos dos gringos.) Vimos então, e portanto, o subcetêzinho rubro-negro se internacionalizando. Será?

Inclusive, há poucos dias, vimos a divulgação do projeto oficial do megacetêzão do Flamengo, com direito a hotel, campos para ninguém colocar defeito, vestiários modernos, salas de musculação, ambulatórios, sala de ortopedia... Um verdadeiro centro de treinamento.

Mas quando a torcida verá o tão desejado CT do Flamengo de pé e funcionando? Disse a presidente Patrícia Amorim que, em um ano, o lugar estará minimamente servindo ao clube. Será assim: sem estádio mas com lugar para treinar.

- Colé que é... Cês têm CT, rapá? - Assim, daqui a "um ano", ironicamente, e com toda marra que Romário ensinou, perguntará um flamenguista a um vascaíno ao se lembrar das piadas que ouviu sobre o rubro-negro não ter lugar para treinar.

Em São Paulo, a dupla de letras C e T, hoje, não se fazem ouvir tanto quanto um grupinho de sete letras que o trio C, B e F vem amando: E-S-T-Á-D-I-O. Os times que o têm se gabam, inflam o peito e apontam o queixo ao céu.

- Mano, cê é fiel? Né nada! E nóis? Ham... Véio, nóis tem o Fielzão! Cabô! - Assim, daqui a... (alguém sabe quanto tempo?), dirá um corintiano aos amigos santistas, palmeirenses e são-paulinos depois de uma vitória inconteste do Corinthians no seu novo estádio, sede da abertura da Copa de 14. Será?

Quando vamos ver afinal a infraestrutura ganhar importância e espaço na cabeça dos que tem mais tinta na caneta? Futebol é planejamento, com contas minimamente em dia, já diria uma dupla paranaense, torcedores do Furacão e do Coxa. Que nada, futebol é negócio, ter sócios e suas mensalidades, falaria um gaúcho colorado. Um torcedor do Goiás e outro do Cruzeiro diriam que, sim, um CT, e às vezes mais de um, é tudo na vida de um clube. Um caldeirão, isso é importante para um time, falaria um santista e um palmeirense mais apressado. Que nada, Maracanã basta, bradaria um flamenguista.

Achar todo mundo acha, opinar também, dizer então... E ver? Quando veremos um pensamento único para criar estrutura para o futebol do Brasil? Lugar para treinar e estádio para jogar, os dois melhores centroavantes que um ataque consciente pode ter. Simples assim. De resto, ficam copas, cumbucas e pratos com pavês para inglês comer.

8 comentários:

  1. Belo texto parceiro. O que vale mesmo é torcida. hahaha. O que adianta CT e estádio se ele vive vazio?

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  2. Isso é mais que óbvio. Mas pior ainda é ter torcida e maltratar aqueles que choram quando a bola não entra, aqueles que choram ainda mais quando se levanta a taça. E, ainda por cima, nem sequer ter estádio ou lugar para treinar os jogadores que poderiam alegrar a arquibancada. Triste, quase tão triste quanto uma torcida somente lotar um pequnino Fusca 68.

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  3. Belo texto mano! Para mim, por mais bonito que seja o projeto, só acredito quando estiver pronto!

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  4. A diferença entre São Paulo e RJ chama-se Maracanã. Antes de construírem o Engenhão, só o Vasco tinha um estádio. (que por sinal, ontem, na final da Copa do Brasil, pôde suportar apenas pouco mais de 20 mil vascaínos). Ninguém que largar o Maraca. Aqui, pelo fato de apenas o Corinthians não ter estádio, a cobrança chega a ser insuportável. Já na questão do C.T é indiscutível. É imprescindível e ponto.

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  5. Cá entre nós, com um estádio como o Maracanã, não tem nem pq o Rio ter vários estádios. Não tenho dúvidas que o jogo que assisti lá foi dos 5 mais inesquecíveis.

    A prova que C.T é imprescindível são os títulos seguidos do SP. Só que o time do Morumbi assistiu os rivais se modernizarem e ficaram parados no tempo.

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  6. Gabriel, parabéns pelo texto. Muito bom mesmo.

    Ter estádio é fundamental. Esse negócio de que o Maracanã resolve só vale até a página sete. Hoje, os times lucram (e precisam lucrar) com suas arenas. Shows, lojinhas, restaurantes, bares, etc fazem parte dos mais modernos complexos. O Maraca é um templo do futebol e deve continuar sendo usado em clássicos regionais. O mesmo vale pro Pacaembu. Mas todo clube grande precisa, no séc. XXI, ter seu estádio.

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  7. Concordo com a fala do Alê. O que me fez pensar em como os times de SP vão fazer para que o Pacaembú não fique as traças. Na minha opinião, cada time deveria mandar um jogo por mês lá. Os clássicos também deveriam ser disputados lá. Essa é a minha sugestão.

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  8. Tucão, essa sugestão de clássicos no Paca eu roubei de você. Todos os créditos são seus. Quanto a um jogo por mês, acho difícil. O Paca deveria ser utilizado justamente quando as arenas receberem shows, por exemplo.

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