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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Quando não me arrependi em não ir ao jogo

Voltei ao blog para dizer que não fui ao jogo de ontem. Passei a tarde inteira ajudando o parceiro de samba Guilherme Lacerda na produção de seu DVD "Canto pra nação" (por sinal, ficou bom pra cacete!). Dentro do camarim acompanhava junto aos músicos o empate entre Vasco da Gama e São Paulo.

Logo, sofria em dobro. Era o Vasco apertando o São Paulo e eu perdido sem notícias de Corinthians e Avaí. Eis que outro companheiro, Nego Washington entra no camarim transtornado, bravo... Dizia ele: "Se o Corinthians perder hoje o barato vai ficar 'loco', tá 1 a 0 para o Avaí".

Fiquei decepcionado, mas ao lado, o personagem central deste texto (que diga-se de passagem marca minha volta ao Paixão) deu o toque e me acalmou: "O Corinthians é dose, quando tem que ganhar, não ganha. Lembro que quando comecei a frequentar os estádios vi uma derrota por 7 a 0 para a Portuguesa..."

Assim continuava o grande sambista paulistano Osvaldinho da Cuíca a discorrer sobre a desgraça que se anunciava: mais uma rodada fora da liderança. Não sei se tratei o mestre sem respeito, mas lembrei do fone de ouvido no bolso e liguei o radinho do celular.

Após cinco minutos sofrendo pelas ondas do rádio, Emerson Sheik empata a partida após um belo passe de Willian. Grito gol, Osvaldinho abre um sorriso e aceita meu convite em pegar um dos fones e ouvir a narração.

Tudo havia mudado, o cenário era outro. Esqueci do jogo do São Paulo, só pensava no segundo gol. Mas outra ideia passou pela cabeça. Porra! estou assistindo ao jogo ao lado de Osvaldinho da Cuíca. Torcia pela vitória, mas também pela chance de escrever sobre o encontro e com três pontos na conta alvinegra.

Mais um tempo se passou e Liedson, de forma chorada virou. Levantei e sai do camarim... Quando voltei à sala onde os músicos estavam Osvaldinho sorria e eu anunciei: "Liedson, 2 a 1 Coringão".

O jogo estava para acabar e Guilherme já chamava os músicos para a passagem de som. Íamos deixar o futebol e voltar à música. Afinal, era para isso que estávamos lá. Me antecipei e quando Osvaldinho levantava da cadeira com sua cuíca pedi a foto.

Osvaldinho ao centro (sorrindo com a vitória), Guilherme Lacerda, também corintiano, à esquerda do mestre cuiqueiro e eu. Para completar a foto e deixar a memória e este texto mais gostoso ainda de ser escrito, a tabela do campeonato deu as caras na hora do clique.

Foi tudo completo, bom show de Guilherme, boas lembranças com Osvaldinho, e o Coringão ali na ponta da tabela! É... existem coisas que só o samba e o futebol proporcionam para a gente...

Para finalizar, o próprio Osvaldinho tocando o hino do Corinthians com sua cuíca.

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