Páginas

sexta-feira, 1 de março de 2013

O que seria do mundo vermelho e preto sem Zico


Zico em duas cores: o vermelho e o preto
Por Gabriel Noleto, o convidado do dia

De Quintino, em 1953, a Tóquio, em 1981. Para os flamenguistas, o dia três de março é natal, dia em que o messias veio à terra salvar-nos da mesmice.

Mas… o que seria do mundo e da vida rubro-negra se não houvesse Zico? Seria um mundo dotado de um desgosto profundo? Um mundo em que uma imensa nação não teria quem reverenciar, não teria rosto que valesse a pena estampar em uma bandeira de duras cores? Seria uma vida, no máximo, nota nove e meio?

Simples, o clube da Gávea não seria grande, imenso como é. Não seria campeão sul-americano nem mundial. Não teria quatro dos seus seis títulos brasileiros. Não teria cinco tricampeonatos estaduais. A torcida do Botafogo ainda teria o que falar sobre o seis a zero dos anos sessenta; os tricolores seriam os maiores vencedores de estaduais; o Vasco não seria vice por tantas vezes.

Digo: tudo vem de Zico.

(Sem a Era Zico, um talzinho, vindo da Sérvia, não maltrataria, aos quarenta e três do segundo, os que usam a camisa da Ponte Preta com um gol de falta que, por sinal, o Galinho assinaria.)

Tudo vem de Zico. Tudo o que é rubro-negro, seja antes ou depois do dia três de março de 1953,  vem de Zico. Mesmo os acontecimentos AZ (antes de Zico) se deram como preparação para o seu surgimento.

Se não houvesse Zico, o Flamengo seria muito menos do que é. A seleção de 82 seria menos bilhante do que foi. Os japoneses não jogariam futebol. Nós não ouviríamos Só no sapatinho. Ninguém bateria no peito e falaria do orgulho de ter visto alguém fazer o que ele fez – coisas que só ele fez. Os vascaínos seriam maiores, os tricolores mais vencedores e os do Garrincha seriam menos sofridos.

Zico está para os flamenguistas, assim como Che Guevara está para os revolucionários. Zico está para o futebol, assim como a maçã esteve para Newton. A clássica equação E=mc² está para a ciência, assim como a arte de Zico está para a cultura rubro-negra.

O que seria do mundo e da vida se não houvesse Zico? Seria uma coisa vemelha e preta em tons desbotados, sem graça nenhuma.

Um comentário:

  1. Independentemente de paixão clubística, Zico foi o grande nome de um time que entrou para a história como um dos melhores de todos os tempos. Ele e esse time me mostraram o que era o tão falado futebol-arte e me fizeram ser flamenguista.
    Um time que jogava por música, passava pelos adversários com classe e elegância.
    Além de ser um jogador de talento incontestável, Zico se destacou pela dedicação, profissionalismo, humildade e caráter, coisa raríssima nos dias atuais.
    Aos que o crucificam unicamente pelo pênalti perdido em 86, me desculpem, mas não entendem nada de futebol. Afinal, ele fez mais de 700 gols na carreira.
    Zico é só o maior ídolo do time de maior torcida do futebol, um jogador que conseguiu ser respeitado por torcedores rivais daqui e do exterior.
    Parabéns, galinho! Vc é e sempre será o cara!
    Parabéns, Noleto! Belo texto!

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...