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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O ano mais marcante dos 23 que já vivi



Chuteira usada pelo meia Alex na Argentina. Foto tirada ainda no vestiário. 


Por Felipe Pugliese

Sempre sonhei em ver meu time campeão da América. Não que as piadas com a falta do título me incomodassem, muito pelo contrário. Sempre levei na esportiva.

Aos 11 anos chorei pela primeira vez com o futebol. O ano era 2000 e Marcelinho Carioca, na época, o grande culpado. Desde então me perguntava : como será quando ganharmos a Libertadores? Como vou comemorar? Mas, espera aí...será que esse dia vai chegar?

Ele chegou. Não guardo apenas lembranças e vídeos. Materializei o sonho vivido. Um quadro com o colete usado na Bombonera, fotos, ingressos e até um pedaço da grama do Pacaembu do dia 4 de julho. 

Ingressos, credencial, foto, grama do Pacaembu e até o colete usado na Bombonera.


2012 foi o ano mais marcante dos 23 que já vivi. Como repórter da TV Corinthians, participei da campanha. Ver tudo aquilo do lado de dentro foi memorável. A ficha não caiu até hoje.


Dos 14 jogos não estive em três: Estreia na Venezuela, Cruz Azul (no México) e Vasco (no Rio). Com meu celular gravei momentos marcantes, como o enquadrado momento em que  Alessandro levanta a dita cuja.


A primeira viagem foi, ainda na primeira fase, a Foz do Iguaçu. Vitória diante do Nacional: 3 a 1. Nossa equipe foi posicionada ao lado do banco do Timão. Ao sair o terceiro gol Tite abraçou um cadeirante que acompanhava o jogo da beira do gramado. Uma cena impagável. 





Passamos para a segunda fase. Eu estava escalado para cobrir o jogo em Guayaquil, diante do Emelec. Ali já era possível notar um time campeão. Grupo unido, fechado. O jogo foi tenso. José Buitrago (Mr. Bean) fez de tudo para estragar com a arbitragem tendenciosa. No vestiário após o jogo vi um Tite como nunca visto antes. Revoltado. Socava a parede e berrava palavrões. A torcida mandante deu um show. Vejam no vídeo se conhecem a música que cantam.




Diante do Vasco não gravei nada para meu arquivo pessoal. A tensão pelo jogo falou mais alto. Estava atrás do gol em que Paulinho nos abençoou. Foi um orgasmo! Comparado apenas ao gol de Sheik na Vila. O primeiro jogo da semifinal também foi inesquecível.




Estávamos na final. A escala da TV Corinthians indicava que eu não iria a Buenos Aires. Léo Russo seria o repórter. Ficar de fora de um momento como esse? Impossível. Dei um jeito e fui por minha conta. Foi o dinheiro mais bem gasto da minha vida. Até duas horas antes do jogo ainda não estava com o credenciamento em mãos. "E seu eu não entrar?" Um senhor da Conmebol chegou em mim, no corredor do hotel em que  Timão estava hospedado. "Você é da TV Corinthians. Vamos até meu andar pegar algo que lhe pertence". Na hora liguei para meu pai e chorei. Um choro bem diferente daquele de 2000.

Credencial para a final na Bombonera. Choro de alegria. 

Dentro da Bombonera a melhor palavra para definir o clima criado pela torcida adversária: assustador.




O empate na Bombonera deixou a Fiel embriagada. Naquela altura era impossível convencer alguém que ainda não éramos campeões. Estava com a cara de Corinthians. Até que o dia 4 de julho chegou e eu não preciso escrever mais nada.





9 comentários:

  1. Sensacional, meus Parabéns. Como jornalista e São Paulino fanático consigo entender o sentimento. Queria eu pdoer ter participado tão ativamente assim de um dos nossos 3 títulos. Em 2005 em que fui em todos os jogos no Morumba e ainda fui ao Sul ver a final, já me emocionei e não entendo direito até hoje. Parabéns pela conquista como profissional e pelo relato apaixonado. Independente de torcer pro SPFC o relato ficou muito bom, meus Parabéns caro colega.

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  2. Vou reproduzir aqui um comentário que fiz no blog do Felipe às vésperas da final:

    Quando conheci o Felipão, rapidamente viramos amigos. Divergências, poucas, afinal, temos algo em comum que é capaz de deixar todo o resto de lado: amamos esse time com o mesmo carinho que temos pelos nossos familiares.

    Nosso primeiro jogo no estádio foi mais que marcante. O jogo que a fiel virou o bando de loucos. Tem como esquecer?

    De lá pra cá, enfrentamos o luto da queda, levantamos, sacudimos a poeira e demos a volta por cima! Conquistamos a Copa do Brasil em outra noite que ficará marcada para história. Rapaziada unida, Timão trincando, picanha queimando, mão na taça e muita cachaça.

    Vi o meu colega de jornalismo crescer como profissional. Lembro quando ele veio me contar que estava na TV Corinthians. "Mano, meu sonho era ser jogador do Corinthians (ainda bem que não se realizou). Agora sou repórter da TV Corinthians. É praticamente a mesma emoção". E é mesmo Felipão.

    Hoje, neste dia 04 de julho que tem tudo para marcar as nossas vidas, desejo para você, para seu pai, Duduzeras, Corvão, Gui, meu pai, e toda a nação corintiana a melhor sorte do mundo.

    Chegou a nossa hora. Sei que vai ser difícil, pois não há como escapar do sofrimento. Mas sei que hoje estaremos todos na mesma vibração, iluminados pela lua cheia, de onde São Jorge olhará por nós, prontos para fazer uma festa que vai virar a cidade de cabeça para baixo.

    Boa Felipão, estamos juntos até o fim. Na vitória ou na derrota eu grito forte: CORINTIANO EU SEREI ATÉ A MORTE!!!

    aquele abraço e vai Corinthians,
    Tuca!

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  3. Sugeri que ele fizesse o texto com todas essas recordações que ele tem da grande conquista corintiana.

    O Felipão é um cara que, além de muito profissional e um jornalista de presente e futuro, TEM UM PÉ QUENTE QUE EU NUNCA VI IGUAL!

    BELO TEXTO, MANO. DE ARREPIAR!

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  4. Felipe, esta matéria está simplesmente SENSACIONAL. Fiquei muito emocionado ao ver as filmagens e principalmente o seu texto na matéria.
    Eu já havia lhe falado sobre o assunto desta sua experiência inesquecível e espero que esta seja a sinópse de um livro onde você contará com detalhes tudo o que se passou nesta trajetória inesquecível. Nós Corinthianos, nunca mais seremos os mesmos depois desta conquista, isto é, se já éramos bons, mudamos para muito melhor. Abraço Eduardo Monteiro

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  5. Parabéns pela matéria. Emocionante. Revivi cada momento e chorei de novo.

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    1. Sou eu que agradeço pela sua atenção, dona Maria. Um beijo!

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  6. Parabens Felipe seu relato é maravilhoso, digno de um fanatico torcedor.
    Eu nem sei descrever a emoção que vivi na conquista, se vc tem 23 anos eu tenho 65 portanto, imagine a minha ...
    Curioso, vc tem um sobrenome não muito comum, por acaso vc é parente do pessoal do Museu do Bexiga?

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    1. Olá Carlos. O nome Pugliese é mais comum do que muitos imaginam. Muita gente me pergunta se eu sou primo de alguém ou conheço fulano com mesmo nome. Não sou parente do pessoal do Bexiga, mas o bairro é lindo. "Quem nunca viu o samba amanhecer...vai no Bexiga pra ver, vai no Bexiga..." Grande abraço companheiro, e muito obrigado pelas palavras.

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