Jorge Ben Jor - referência da música nacional |
Por Felipe Pugliese
Jorge Ben Jor garantiu certa vez que “todo dia era dia de
índio”. Tomo o microfone do carioca e atualizo a afirmação: todo dia é dia de
negro.
Não deveríamos celebrar apenas um dia de consciência negra.
No Brasil essa é a raça que combustiva o País. Sem o negro não há dança, alegria,
trabalho e suor. Não há vida.
Em homenagem à data, montei uma seleção de negros que já vi
jogar ou ouvi falar na história recente. Desde já deixo claro que nasci no final de
década 90. Alguns critérios precisam ser explícitos: técnica não é fundamental
para estar neste time. E, sim, eu sou o técnico e escalo quem bem entender.
Goleiro: Dida – Frio e calculista. Sempre foi o tipo de
goleiro que amedronta o atacante. Ficar cara a cara com a muralha é um
pesadelo. Raí que o diga...
Zagueiro I: Odvan – Sem técnica, mas com muito história no futebol
brasileiro. Folclórico, feio, grande e estabanado. Apesar dos pesares foi muito
vitorioso e dificilmente será esquecido.
Zagueiro II : Cléber – O famoso Clebão. Ídolo palmeirense e muito
técnico. Pelo alto beirava a perfeição, por baixo assustava. Por ser negro
todos o temiam, porém parecia ser doce como caramelo.
Lateral-esquerdo: Kleber – Muitos vão contestar, mas contra
números não há argumentos no futebol. Há mais de dez anos Kleber é titular de
grandes clubes do Brasil: Corinthians, Santos e Inter. Merece vestir a camisa
da minha seleção.
Lateral-direito : Amaral – Sim, vou improvisar na direita.
Amaral jamais poderia estar no banco. O mundo vai acabar e todos lembrarão de
monstro Amaral.
Volante I: Rincón -
Fred Eusébio Rincón foi o maior líder que já presenciei dentro de campo.
Mandava e desmandava. Com ele no time tinha que ser muito macho para peitar o
negrão. Marcelinha Carioca que o diga...
Volante II : Cesar Sampaio – Pela educação e currículo
vitorioso. Sampaio passou pelos maiores do Brasil e sempre demonstrou ser um
profissional diferenciado. Teve a imagem manchada com o rebaixamento atual do
Palmeiras.
Meia: Zé Roberto – Hoje no Grêmio ele desfila com a mesma
classe que desfilou há mais de dez anos pela Portuguesa, quando começou. É um
craque e meu time precisa de craques.
Atacante I: Denner –
Não vi jogar, mas não posso deixa-lo de fora. Uma fatalidade impossibilitou que
muitos conhecessem esse talento. Rápido e fatal, como uma bala de revólver.
Atacante II: Edílson – O capeta em forma de gol. Genial por
onde passou. Ousado e atrevido não tinha medo de ninguém. Gostava mesmo era de
humilhar até mesmo o mais bruto e temível zagueiro.
Atacante III: Serginho Chulapa – Precisávamos de um
maloqueiro no time. Alguém que bata e apanhe sem carnaval. E ainda por cima
tenha tesão pelo gol. Chulapa veste a nove da minha esquadra.
O técnico sou eu mesmo, Felipe Pugliese. Não sou negro, mas
quero ser a exceção. O nome da equipe é
Liberdade e o hino: "Um sorriso negro, um abraço negro... traz felicidade...."
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