Começamos hoje a jornada do "Paixão Clubística" para a final da Champions League deste sábado, entre Manchester United e Barcelona. Os dois times, considerados os melhores do mundo, se enfrentarão no mítico estádio de Wembley, localizado no norte de Londres.
A caminhada para Wembley (ou "on the road to wembley", na versão em inglês) não parece das mais complicadas no primeiro momento. O metrô, ou tube como dizem os ingleses, deixam o espectador há alguns metros do portão principal. Ainda existem diversas linhas de ônibus que levam o torcedor a ruas próximas do estádio e estacionamentos para aqueles que optarem pelo carro. Ou seja, nada que se compare aos caminhos que torcedores brasileiros enfrentam todos os dias de jogo no Morumbi, Castelão, Engenhão e muitos outros.
Na entrada da rua que leva torcedores, funcionários e curiosos para o portão principal do maior estádio da Inglaterra é que a frase, profetizada por jogadores quase como um mantra, se concretiza. A construção fica mais imponente a cada passo em sua direção e é impossível ao menos tentar observar a paisagem no entorno do estádio.
Construído em 1923 para uma exposição sobre o exército britânico, um dos vitoriosos da 1ª Guerra Mundial, o estádio de Wembley foi comprado pelo empresário Arthur Elvin, reformado e transformado na casa da seleção inglesa e local de quase todas as decisões nacionais, por isso a expressão "on the road to Wembley". Isso porque as únicas hipóteses de se jogar no estádio são chegando a uma final ou vestindo a camisa da seleção nacional, conquistas não muito comuns para a maioria dos jogadores e bastante celebradas por todos os atletas quando alcançadas.
Mas existem outras maneiras de chegar à Wembley. Desde o jogo entre Bolton e West Ham pelo final da Copa da Inglaterra, o estádio ainda recebeu jogos de críquete, de rúgbi, campeonatos de atletismo, de corridas de cavalo, além de shows, muitos shows. Os maiores deles são o tributo à Freddie Mercury e o Live Aid, mas também passaram pelo gramado fãs de Michael Jackson, Rolling Stones, Madonna, entre outros. Desde sua inauguração, o estádio de Wembley pode ser nomeado como a mais bem sucedida Arena Multiuso de todos os tempos.
Dentro das 4 linhas se destacam a final da Copa do Mundo de 1966, vencida pela seleção da Inglaterra com o polêmico gol de Hurst na prorrogação, quando a bola atingiu o travessão, quicou na linha e saiu (veja a foto ao lado). Tembém houve as 5 decisões da Liga dos Campeões, uma delas vencida pelo Manchester United em 1968 e outra pelo Barcelona, a última disputada no estádio, em 1992.
Dez anos depois, sob muitos protestos, foi iniciado o processo de demolição do mais nobre estádio do Reino Unido. Não sem antes prestarem uma reverência ao futebol brasileiro. O estádio da Realeza deixou que Pelé fizesse o último gol do antigo Wembley. Ele marcou de pênalti no gol defendido por Gordon Banks. Também foi dos brasileiros a honra de fazer o primeiro jogo entre seleções principais. No empate em 1x1 com os ingleses, quem marcou foi Diego.
O novo estádio Wembley nasceu escrevendo seu nome na história, como não poderia ser diferente, já que precisaria respeitar as tradições do antigo. Com 90 mil lugares, a arquitetura clássica representada pelas duas torres posicionadas na entrada foi substituída por formas arredondadas e um gigantesco arco que, além de lindo e imponente, ajuda na sustentação do teto e possibilita que não existam pontos cegos nas arquibancadas. Para os jogadores, um tapete verde cuidadosamente preservado para grandes jogos. Para os torcedores, um deleite, uma miragem futebolística, um verdadeiro prêmio para aqueles que acompanharam jogos durante uma temporada inteira de seus clubes.
Um outro dado curioso, ainda mais para nós brasileiros, acostumados com a precaridade das estruturas sanitárias, são os 2.618 banheiros dentro do estádio. Para os beberrões, são 34 bares e para os gordinhos 98 cozinhas. Acho que é para compensar toda a caminhada...
Texto por: Matheus Caselatto
A estrutura do estádio é mesmo impressionante! Se assitir um jogo não for possível, vale a pena dar uma passada na lojinha! Ótima estreia, Matheus! Beijos
ResponderExcluirEu me lembro deste um a um. Um grande palco para o espetáculo deste sábado. Bela estreia,Caselatto.
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