Individualmente, a Seleção Brasileira que entrou em campo naquele 28 de maio de 1991, há exatos 20 anos, era muito boa. Com jogadores já consagrados misturados a algumas apostas que dariam certo e outras que não. Uma delas, aliás, era o técnico, Paulo Roberto Falcão, que vivia naquela temporada, seu último ano, dos dois em que esteve no comando da seleção, só se arriscando na profissão exatamente 20 anos depois.
A partida contra a Bulgária, em Uberlândia, quando o Brasil venceu por 3 a 0, seria a nona de Falcão à frente do selecionado brasileiro. Até então, desempenho pífio, com cinco empates, duas derrotas e única vitória, justamente na partida anterior: 1 a 0 diante da Romênia.
Com o trabalho questionado, mas vindo de uma vitória, Falcão teve coragem para armar um time ofensivo, com três atacantes: os rápidos Almir (do Santos) e João Paulo (do Bari, ex-Guarani), nas pontas e o questionado Careca Bianchezzi (do Palmeiras).
No meio de campo, havia Neto, o melhor camisa 10 da época, ídolo do Corinthians e capitão daquele time no primeiro tempo e dois cães de guarda: Valdir, então jogador do Atlético Paranaense e que mais tarde jogaria em times como Cruzeiro e Atlético Mineiro sob o apelido de ‘Valdir Paulista’, e Márcio Bittencourt, outro corintiano daquele dia.
A defesa tinha, além de Sérgio (o Guedes, hoje técnico e à época, no Santos) no gol, Mazinho (então jogador do Lecce-ITA, mas que brilharia no Palmeiras e na Seleção tetracampeã), Wilson Gottardo e Márcio Santos na defesa, com o já consagrado Branco fechando do lado esquerdo.
Neto foi quem abriu o placar ainda aos 17 minutos e viu, apenas dez minutos depois, o também canhoto João Paulo ampliar o resultado. Minutos antes do terceiro gol aconteceram as primeiras substituições: Luiz Henrique entrou na vaga de Almir e Odair no lugar de Mazinho, pouco mudando a estrutura tática da equipe. Aos 24, Neto ampliou e fechou o placar.
O que se viu depois foi um show de experiências nas diversas substituições. Algumas nada alterou a equipe, como as entradas de Lira no lugar de Branco e Júlio César, já experiente, no lugar de Márcio Santos.
Depois, porém, o time que se mantinha num 4-3-3, variando para o 4-4-2 com a recomposição de Luiz Henrique no meio de campo, ganharia em velocidade com a entrada do craque Denner no lugar de Neto, grande nome do jogo. Pouco depois, Valdeir ‘The Flash’ entrou na vaga de João Paulo.
Com isso, o time de Falcão de 1991, terminou a sua melhor partida jogando num esquema que atualmente é chamado de moderno: o 4-2-3-1, com a linha de três jogadores muito rápidos e sem um pensador do jogo.
O Brasil terminou com Sérgio no gol e capitão do time, Odair, Gottardo, Júlio César e Lira; Márcio e Valdir; Luiz Henrique, Denner e Valdeir; e na frente, Careca Bianchezzi.
Um time, aliás, bem diferente taticamente se comparado ao Internacional de Falcão na primeira partida do Campeonato Brasileiro de 2011, contra o Santos na Vila Belmiro. Vinte anos depois, Falcão optou por ter três volantes (Bolatti, Guiñazu e Tinga) com Oscar e Zé Roberto servindo Leandro Damião, num 4-3-2-1. E só empatou com o time reserva santista...
Ficha técnica: Brasil 3x0 Bulgária
Data: 28/05/1991;
Competição: amistoso;
Local: Estádio João Havelange (Parque do Sabiá);
Cidade: Uberlândia (MG);
Árbitro: José Roberto Wright;
Público: 9.577 pagantes;
Gols: Neto aos 17’ e João Paulo aos 27’ do 1º tempo; Neto aos 24’ do 2º tempo.
Brasil: Sérgio [Santos]; Mazinho [Lecce], (Odair) [Palmeiras],
Wilson Gottardo [Flamengo], Márcio Santos [Internacional]
(Júlio César) [Juventus-Ita] e Branco [Genoa] (Lira) [Goiás]; Márcio [Corinthians], Valdir [Atlético-PR] e Neto [Corinthians] (Denner) [Portuguesa]; Almir [Santos]
(Luís Henrique) [Bahia], Careca Bianchezzi [Palmeiras] e João Paulo [Bari]
(Valdeir) [Botafogo].
Técnico: Paulo Roberto Falcão.
Bulgária: P. Nikolov (I. Ganchev), I. Slavtchev, G. Dimitrov, S. Angelov e I. Kiriakov; A. Dimov, K. Metkov (G. Georgiev), N. Todorov e D. Angelov; A. Kirov, I. Yordanov (P. Alexandrov).
Técnico: Dimitar Penev.
Falcão mostrava desde aqueles tempo que, como técnico, é um bom comentarista e um excelente jogador. Ataque ridículo. Márcio Bittencourt no meio também não rola. Quanto tempo a diretoria do Inter vai segurar o ídolo?
ResponderExcluirEsse time, no papel, era péssimo! Tudo bem que a equipe campeã de 1994 não encantava. Aliás, será que os jogadores de 94 só ficaram na memória porque foram campeões nos EUA? Impossível saber. Mas ainda bem que Romário existe.
ResponderExcluirFaltou dizer que, no BR-11, Falcão empatou com os suplentes do Santos, que tem Possebon como maior nome (até o Botafogo ganhou dos reservas do Santos), e perdeu no Beira-Rio para o Ceará...
ResponderExcluirFica a pergunta: se for despedido do Inter, Falcão tem chance em outra equipe?
E tem gente que diz que o PVC poderia ser técnico. Falar é muito mais fácil do que fazer. Futebol é fascinante porque não é tão lógico assim.