Estrutura do CFA seduz jovens que sonham com um profissionalismo escasso |
Por Felipe Pugliese
Aliciar. Palavra que remete ao negativo. Para o Aurélio, é sinônimo de seduzir.
"São Paulo é acusado por aliciar menores de outros clubes".
Uma das manchetes mais lidas na semana provocou discussão. Muito mais por "chororô" e despeito dos demais do que por irregularidade do clube do Morumbi. Até porque, só seduz quem tem potencial para tal ato. Só seduz quem beira o irresistível.
A estrutura que o clube oferece no "Centro de Formação de Atletas" não pode ser comparada. "Cotia" é referência e qualquer garoto ou pai vai preterir o local à qualquer precariedade dominada por empresários.
Na base do São Paulo a filosofia parece clara. Formar o cidadão antes do atleta. Esse foi o motivo da não permanência de Romarinho no clube. Quem vai mal na escola não joga e ponto.
Jogador sem técnica não tem vez por lá. Essa foi a justificativa para a dispensa de Ralf. Pode ser um exagero, uma vez que o clube há tempos não forma laterias que saibam marcar, por exemplo...
Falam que é muito mimo e, quando solto ao mundo da bola, o cara "pira o cabeção". Casemiro é exemplo vivo.
Voltando à acusação do aliciamento. Vamos imaginar uma situação na nossa própria pele: o seu filho (de 16 anos) joga no Vasco. O São Paulo vê potencial no garoto e oferece uma estrutura profissional. O que você faria? O clube paulista está errado de usufruir do investimento feito?
A questão é complicada e deve ser discutida sem o lado clubísitco, assim como o desumano caso de Oruro.
Os clubes fazem um acordo de cavalheiros para não se "roubar" atletas alheios, sabe para que serve esse acordo? Para justificar a falta de investimento na categoria de base. O dirigente pensa, para que gastar com a base se ninguém pode vir aqui e levar o meu jogador? O São Paulo é referencia na categoria e merece com que todos queiram estar lá. Filas e filas de pais se formam na porta do CFA para levar seus filhos para lá, ninguém é burro. Tem clube que não paga conta de agua e luz da bas, tem clube que nem papel tem na estrutura. Quem conhece o CFA sabe o porque dessa moral que o SPFC tem por lá. Os outros clubes tem de parar de Chororô e investir na base, só assim poderão competir com o São Paulo...
ResponderExcluirSou obrigado a ir contra o texto e o comentário do amigo acima. E não vou focar o meu ponto de vista no São Paulo...
ResponderExcluirA partir do momento que se libera o assédio de clubes com mais estrutura à base dos menos abastados, inicia-se uma série de questões que não ajudam o desenvolvimento dos garotos e dos times.
Primeiro, você faz com que os clubes tenham que fechar contratos com altos salários para garotos que podem vingar como podem não vingar e o menino se torna um profissional precocemente. Garotos de 14 anos não têm estrutura psicológica para se tornar a fonte de dinheiro da família e muitos podem se perder nesse caminho, seja por pressão dos pais, de empresários e até mesmo por já achar que é um jogador formado quando, de fato, ainda não é ninguém no futebol.
Diferente do Luiz e do Felipe que acreditam que essa competição por talentos possa e deva acontecer já na adolescência, eu não acho que os times mais ricos possam ter a liberdade de oferecer mundos e fundos aos jovens - mesmo que ofereçam apenas mais estrutura. Pois times como a Portuguesa, por exemplo, que historicamente é um time que revela garotos, passou a ter sua base altamente assediada pelo trio de ferro da capital e, assim que um talento desponta por lá, logo São Paulo, Corinthians e Palmeiras vão lá e roubam. O garoto é lapidado pela Lusa e, às vésperas de se tornar profissional, é roubado por times ricos.
Acho que se liberar isso, as coisas vão ficar ainda mais precoces na base do futebol brasileiro. Por diversos motivos!!!
Tuca, não coloco dinheiro na jogada não, tanto que a filosofia do próprio são paulo é não pagar salários diferentes para os jogadores de sua base. Independente da qualidade, se ele é um Lucas ou um Denilson a base do salario do CFA é a mesma, eles são equiparados para estarem todos em pé de igualdade.
ExcluirIsso só se muda quando eles podem assinar primeiro contrato profissional, com 16 anos. Nunca coloquei dinheiro na jogada, acho que o trunfo é a estrutura, o compromisso com as EXIGÊNCIAS da Lei Pelé, que mais de 90% dos clubes não cumprem.
Essa história não está completamente explicada, mas pelo que entendi os jogadores que foram até o São Paulo e dizem que não estão recebendo o tratamento exigido pela Lei. Com isso em mãos o São Paulo trás o jogador. Não precisa ter um CT igual o do SPFC, contudo precisa ter o minimo que é solicitado na legislação. Se não cumpre isso, o jovem tem total direito de querer sair de lá!
ExcluirLuiz, é interessante essa ideia de equiparar os salários. Mas o que pega é um time como o XV de Piracicaba, por exemplo, ter que pagar 20 mil para um garoto de 15 anos que ainda está em fase de desenvolvimento, para que ele não vá para um time maior! Sendo que 20 mil é o salário médio do time profissional! Sacou?
ResponderExcluirMas eu não disse que o SP para 15 mil, ngm tem que pagar isso para um garoto, se não elese ilude e via um mala igual ao Neymar, que mesmo com o talento todo consegue se afundar por se achar a ultima bolacha do pacote. Até o 1o contrato profissional o SPFC dá uma bolsa auxilio que não chega a 2 mil, fica lá quem quer aproveitar a estrutura deles, o diferencial!
ExcluirDou razão ao Luiz e ao Felipe. Não vou me estender no meu argumento por que o clubismo vai falar mais alto, mas me parece muito insensato querer equiparar por baixo, já que não temos condições de oferecer o que eles oferecem vamos fazer um acordo, para vai!
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