Por
Tuca Veiga
Se
a primeira impressão é a que fica, não há como negar, nosso time deu alguns
passos atrás. Diante de uma Inglaterra pouco mais entrosada, Felipão trouxe de
volta situações que Mano já havia superado.
O
Neymar tímido e limitado à faixa esquerda de campo – como Ronaldinho nos velhos
tempos – é apenas um dos exemplos. Ano passado, ele tinha mais liberdade,
jogava quase como um ponta de lança. Me agradava mais. O retorno dos testes
quando a necessidade é de vitórias talvez seja outro exemplo.
Colocar
Arouca e Jean nos lugares de Ramires e Paulinho apenas para ver o que os
novatos podem render foi, inegavelmente, atestar que o resultado não era o que
mais importava. Mas, cá entre nós, nesta essa altura da preparação, a vitória
importa e importa muito.
De
positivo, ficam as atuações de Fred, que deve ter atormentado o sono de Luís
Fabiano nesta noite, e de Júlio Cesar, que traz um peso muito grande à meta
brasileira e dá a experiência que às vezes falta ao jovem escrete canarinho.
Terminado
o jogo, passei pelos canais que debatiam o jogo e, além do descontentamento,
outro pensamento era comum a todos: com Mano as coisas estavam engrenando.
Rapidamente me lembrei de quando encontrei o presidente da CBF em Tóquio, às
vésperas da final entre Corinthians e Chelsea. Não conheci ali um presidente de
confederação. Conheci um torcedor.
Com
a boca suja e o linguajar da 'boleiragem', expelia palavrões, criticava Mano
exageradamente e sem o menor pudor. Lembrava os piores cartolas que já
conhecemos. Não me admira nada que, depois do futebol meia-boca da final do
Superclássico, ele tenha decidido interromper um trabalho que começava a agradar.
Marin bradava: “Mano levou 16 goleiros, agora responde pra mim, quem é o camisa
1 da Seleção?”.
Embora
tivesse certa razão no comentário, mostrando algum conhecimento de futebol, eu
só conseguia ver um torcedor irresponsável na minha frente. Se a Seleção ainda
não tinha um goleiro, já tinha um sistema defensivo consolidado – Dani Alves,
Thiago Silva, David Luís e Marcelo. Mano encontrou a posição de Neymar e deu-lhe um
garçom, Oscar, que certamente tem uma gratidão sem tamanho com o técnico. Kaká
vinha dando um toque de maturidade, outro diagnóstico de dois anos de trabalho,
e a dupla Ramires e Paulinho poderia – como ainda pode – se consolidar.
No
entanto, como não adianta chorar sobre o leite que Marin fez questão de
derramar, nos resta torcer para a experiência de Felipão e de Parreira devolver
nosso selecionado ao caminho das vitórias. Mas agora não dá mais pra testar. É
definir o time, buscar uma concepção de jogo e vencer. Vencer. E isso Felipão
sabe. Ganhar sem ter a necessidade de jogar bonito. Chegamos, infelizmente,
nesse ponto.
Sorte ao Felipão.
Falta mais um meia para jogar junto com o Oscar, mais um criador, um cara que pensa. O Oscar foi o melhor jogador ontem, realmente jogou demais, mas o time não ajudou. Não vemos criatividade nenhuma na seleção. Virou um futebol inglês. Se a Inglaterra estivesse de amarelo e o Brasil de branco, não saberiamos destinguir quem era quem!
ResponderExcluirA próxima vez que você encontrar com o Zé das medalhas, fale que ele deve um titulo nacional para o Coritiba, e tome cuidado com a carteira.
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