Para quem duvidou, Corinthians x Millonarios jogaram sem torcida no Pacaembu. Estádio sem identidade, frio, sem emoção. O escritor Eduardo Galeano escreveu no livro "Futebol ao sol e à sombra: "Este jogador número doze sabe muito bem que é ele quem sopra os ventos de fervor que empurram a bola quando ela dorme, do mesmo jeito que os outros onze jogadores sabem que jogar sem torcida é como dançar sem música."
Vendo o começo do jogo pela televisão não sentimos nada. Que estranho! Uma partida sem vida. Nunca nos esqueçamos do motivo pela qual os portões ficaram fechados. Kevin Espada. Com a bola rolando as vozes se cruzavam, ecoavam e se desencontravam. O canto uníssono vindo das arquibancadas era mudo.
Mas existiam quatro "lagartixas querendo ser crocodilos" nas cadeiras do Pacaembu. Gastaram mais de mil reais para conseguirem uma liminar na justiça. Disse um dos torcedores VIPs: Estou exercendo o meu direito. E quando vamos dar mais valor para o que nos traz paz e menos valor para o que nos traz fama?
A renda do jogo foi um pouco mais de oitocentos reais. Valor maior que o salário mensal do pai boliviano que perdeu seu filho há sete dias. Será que vocês quatro "fiéis torcedores" são tão importantes assim? E os milhares que conscientemente não entraram no Pacaembu?
Futebol não existe sem torcida e muito menos quando se mata dos seus.
PS: os gênios do futebol brasileiro aprontaram mais uma. A CBF aceitou fazer um amistoso de graça contra a Bolívia, em terra boliviana. Caridade? Parece que tem mais alguém querendo aparecer além do quarteto de ontem.
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