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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Muricy não é mais o mesmo

Por Gabriel Duque

Apesar do currículo recheado de conquistas, Muricy Ramalho é cada vez mais questionado no Santos. Com o clube da Baixada, venceu a Libertadores de 2011, a Recopa de 2012 e os Paulistas de 2011 e 2012. No entanto, o técnico tem sido criticado por conselheiros e torcedores por conta das fracas atuações da equipe neste ano e pelo excesso de dependência de Neymar.



No ano passado, surgiram as primeiras reclamações, inclusive com queixas em relação aos métodos utilizados nos treinos comandados por Muricy. Na ocasião, a diretoria tratou de abafar o caso. Chegou o fim da temporada e o treinador resolveu bater de frente com os seus superiores, exigindo reforços o tempo todo e justificando os maus resultados com a frequente ausência de Neymar, convocado para compromissos da seleção brasileira.

O clima ficou pesado. Além disso, o desempenho oscilante em 2012 e o não aproveitamento de jovens da base o colocaram na berlinda. O clássico contra o Corinthians neste domingo é tido como decisivo para o futuro do treinador. Se vencer, Muricy ganha uma sobrevida, mas, se perder, o risco de demissão fica maior.

O primeiro nome a aparecer como possível substituto é o de Paulo Autuori, atualmente na seleção do Qatar. Até uma troca por Ney Franco, hoje no São Paulo, foi ventilada. Para os defensores da permanência do técnico, pesam o alto valor da multa rescisória e a política de não trocar de comando durante a temporada.

Mas a verdade é que Muricy não é mais o mesmo. Desde o convite para dirigir a seleção e a não liberação do Fluminense, ele deixou o patamar de melhor treinador do Brasil e hoje é apenas um dos mais caros.



Muricy nunca foi o treinador que primou pelo futebol vistoso nos seus times, porém sempre colocou em campo equipes bastante competitivas. No Santos, em nenhum momento isso aconteceu. Talvez por acreditar demais no talento de Neymar. Ele armou um esquema para proteger a defesa e deixar o poder de decisão com o craque. Às vezes, funciona. Às vezes, não. Muitas vezes vemos os companheiros procurarem insistentemente pelo astro.

Resta saber se Neymar vai conseguir salvar a pele do seu comandante.

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