Por Lucas Boscariolli, convidado apaixonado da semana
Somos penta campeões mundiais no futebol, temos várias medalhas olímpicas
no vôlei, gostamos de basquete e temos grandes pilotos cravados na história
da Fórmula 1, mas, para surpresa geral da nação brasileira, uma nova – e
velha também, diga-se de passagem – moda está fazendo a cabeça dos
jovens. O skate está ganhando espaço entre os esportes mais praticados no
Brasil.
entre os praticantes, que muito ainda precisa ser feito.
Italo Peñarrubia já foi campeão dos X-Games. Hoje, com 20 anos, tem um
belo currículo e bons patrocínios, sonho de todo skatista. A história de Italo
começou quase por acaso. “Ganhei um dinheiro de dia das crianças e resolvi
investir em um skate”, conta entre risos. “A cada momento que você pratica,
precisa se superar, e isso fez com que a minha paixão pelo esporte ficasse
cada vez maior”.
Apesar do reconhecimento, Peñarrubia nem sempre pensou em ter o skate
como sua profissão. Ele diz que a vontade de viver do esporte veio com o
tempo e com os patrocínios conseguiu se bancar, fazendo com que seu gosto
pelo skate aumentasse. Conta também que agora que consegue manter-se
pretende continuar seu esporte até os 70 anos. Italo ainda tem uma loja e
pretende montar uma pista de skate também, o que ajudaria outros skatistas.
Assim como no futebol, há também quem goste de praticar algumas manobras
aos fins de semana.
Como conta Victor Peixoto, jornalista há 2 anos, “Skate é uma arte de rua, e você começa a ver as pessoas praticando e isso aguça a curiosidade. Eu comecei a andar com 19 anos, quando um amigo meu me convidou para ir à uma pista”. O jornalista lamenta a falta de incentivo “Se você pegar dos anos 80 para cá, os brasileiros evoluíram muito e não devem nada para ninguém no mundo, só que ainda falta muito incentivo, como muitas outras coisas nesse país”.
Apesar da falta de estímulo, muita coisa mudou, e grandes eventos como a
Mega Rampa começam a ficar mais constantes em terras tupiniquins, e tem
atraído grande público para as competições. “A princípio a Mega Rampa é um
bom incentivo, porque as pessoas dão bastante audiência, mas é preciso fazer
mais”, garante Victor.
Para Ítalo Peñarrubia, skatista, o fundamental seria a construção de mais pistas
e locais adequados para a prática do skate. “Acho que falta um incentivo do
governo mesmo. Quanto mais pistas, mais pessoas saem das ruas para poder
praticar, e isso ajuda a todos, e não vai fazer mal para ninguém”.
Uma coisa é clara, a sociedade deixou de ver o skatista como um marginal, e
a partir disso, já podemos ver como o esporte evoluiu. “O crescimento do skate
no Brasil está cada vez maior, e a imagem dos skatistas cada vez melhor,
porque antes todo mundo falava que quem andava de skate era vagabundo,
ladrão, mas não é mais assim”, afirma Peñarrubia. “O skate é um esporte
normal como todos os outros, e tem que ser valorizado e respeitado como
todos eles”, garante Ítalo.
Se o skate deixou de ser um esporte de marginal, algumas pessoas foram
responsáveis por isso. Entre os brasileiros que carregaram o nome do país
para todo o mundo, um deles se destaca: o carioca Bob Burnquist. É filho de
uma brasileira e um americano da Califórnia,o berço do skate. Essa mistura
não poderia ter sido melhor. Morando atualmente na Califórnia, Burnquist é
um dos idealizadores da Mega Rampa, e o brasileiro que mais ganhou títulos
pelo mundo todo. “Infelizmente, eles têm um reconhecimento maior lá fora do
que aqui, mas logo esse cenário vai mudar”, diz o esperançoso Victor Peixoto.
Para o campeão dos X-Games, Bob é inspiração. “O Bob e o Lincoln Ueda não
são só meus ídolos pelo o que eles andam, mas também porque até hoje eles
vivem do skate e não desistiram dessa caminhada, que é tão pesada”.
A nova geração vem com força, e a cada dia que passa, novas promessas vão
surgindo. Promessas, que para a grande maioria, já é uma realidade. Além
dos veteranos que servem como exemplo para quem começa, para quem ama
e para quem acompanha de perto esse esporte, que cada vez mais está em
ascendência no Brasil.
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