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sábado, 10 de dezembro de 2011

Skate, uma nova velha moda


Por Lucas Boscariolli, convidado apaixonado da semana


Somos penta campeões mundiais no futebol, temos várias medalhas olímpicas

no vôlei, gostamos de basquete e temos grandes pilotos cravados na história

da Fórmula 1, mas, para surpresa geral da nação brasileira, uma nova – e

velha também, diga-se de passagem – moda está fazendo a cabeça dos

jovens. O skate está ganhando espaço entre os esportes mais praticados no

Brasil.


De alguns anos para cá, muito investimento já foi feito. Mas é unânime

entre os praticantes, que muito ainda precisa ser feito.

Italo Peñarrubia já foi campeão dos X-Games. Hoje, com 20 anos, tem um

belo currículo e bons patrocínios, sonho de todo skatista. A história de Italo

começou quase por acaso. “Ganhei um dinheiro de dia das crianças e resolvi

investir em um skate”, conta entre risos. “A cada momento que você pratica,

precisa se superar, e isso fez com que a minha paixão pelo esporte ficasse

cada vez maior”.

Apesar do reconhecimento, Peñarrubia nem sempre pensou em ter o skate

como sua profissão. Ele diz que a vontade de viver do esporte veio com o

tempo e com os patrocínios conseguiu se bancar, fazendo com que seu gosto

pelo skate aumentasse. Conta também que agora que consegue manter-se

pretende continuar seu esporte até os 70 anos. Italo ainda tem uma loja e

pretende montar uma pista de skate também, o que ajudaria outros skatistas.

Assim como no futebol, há também quem goste de praticar algumas manobras

aos fins de semana.

Como conta Victor Peixoto, jornalista há 2 anos, “Skate é uma arte de rua, e você começa a ver as pessoas praticando e isso aguça a curiosidade. Eu comecei a andar com 19 anos, quando um amigo meu me convidou para ir à uma pista”. O jornalista lamenta a falta de incentivo “Se você pegar dos anos 80 para cá, os brasileiros evoluíram muito e não devem nada para ninguém no mundo, só que ainda falta muito incentivo, como muitas outras coisas nesse país”.

Apesar da falta de estímulo, muita coisa mudou, e grandes eventos como a

Mega Rampa começam a ficar mais constantes em terras tupiniquins, e tem

atraído grande público para as competições. “A princípio a Mega Rampa é um

bom incentivo, porque as pessoas dão bastante audiência, mas é preciso fazer

mais”, garante Victor.

Para Ítalo Peñarrubia, skatista, o fundamental seria a construção de mais pistas

e locais adequados para a prática do skate. “Acho que falta um incentivo do

governo mesmo. Quanto mais pistas, mais pessoas saem das ruas para poder

praticar, e isso ajuda a todos, e não vai fazer mal para ninguém”.

Uma coisa é clara, a sociedade deixou de ver o skatista como um marginal, e

a partir disso, já podemos ver como o esporte evoluiu. “O crescimento do skate

no Brasil está cada vez maior, e a imagem dos skatistas cada vez melhor,

porque antes todo mundo falava que quem andava de skate era vagabundo,

ladrão, mas não é mais assim”, afirma Peñarrubia. “O skate é um esporte

normal como todos os outros, e tem que ser valorizado e respeitado como

todos eles”, garante Ítalo.

Se o skate deixou de ser um esporte de marginal, algumas pessoas foram

responsáveis por isso. Entre os brasileiros que carregaram o nome do país

para todo o mundo, um deles se destaca: o carioca Bob Burnquist. É filho de

uma brasileira e um americano da Califórnia,o berço do skate. Essa mistura

não poderia ter sido melhor. Morando atualmente na Califórnia, Burnquist é

um dos idealizadores da Mega Rampa, e o brasileiro que mais ganhou títulos

pelo mundo todo. “Infelizmente, eles têm um reconhecimento maior lá fora do

que aqui, mas logo esse cenário vai mudar”, diz o esperançoso Victor Peixoto.

Para o campeão dos X-Games, Bob é inspiração. “O Bob e o Lincoln Ueda não

são só meus ídolos pelo o que eles andam, mas também porque até hoje eles

vivem do skate e não desistiram dessa caminhada, que é tão pesada”.

A nova geração vem com força, e a cada dia que passa, novas promessas vão

surgindo. Promessas, que para a grande maioria, já é uma realidade. Além

dos veteranos que servem como exemplo para quem começa, para quem ama

e para quem acompanha de perto esse esporte, que cada vez mais está em

ascendência no Brasil.

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