Por Gabriel Duque
Se o São Paulo for campeão da Copa Sul-Americana, não será por causa de Luis Fabiano. Artilheiro do time, referência no ataque, exemplo para os jovens, o cara experiente. Essas designações não servem para o camisa 9 na noite de ontem. Com uma atitude infantil, perdeu a cabeça, tentou agredir o adversário e acabou expulso.
O pior é que o início da confusão nem envolvia o goleador. Lucas estava sendo intimidado pelo jogador do Tigre e o Fabuloso veio ajudar o companheiro e acalmar o rival. Mas bastaram dois tapas no braço para o atacante se irritar e chutar o argentino. Pronto, cartão vermelho para ambos e chuveiro.
Fabiano percebeu a bobagem que fez. Deu para ver no seu semblante ao sair de campo, como se já soubesse que o mundo ia cair em suas costas e que as críticas pelo temperamento explosivo voltariam à tona. A imagem da voadora de 2003 contra o River Plate também veio na cabeça do torcedor tricolor. Após a era dos cartões amarelo por reclamação, o atacante resolveu mostrar novamente seu destempero.
Como um atleta de 32 anos, com bagagem europeia e experiência de uma Copa do Mundo, pode cair numa armadilha tão boba do adversário. Parece que o problema dele é mesmo com argentinos, porque em clássicos paulistas ele é quem enerva o adversário, levando pancada e ficando no chão sem arrumar encrenca.
Na Bombonera, o time sentiu a falta de seu matador e não conseguiu criar boas chances no jogo. Agora, no Morumbi, com 65 mil torcedores, na próxima quarta, o Fabuloso, um dos principais nomes da equipe no ano e no Brasileirão, está fora. E o que fará o atacante, arrependido, falando em largar o futebol, em noite das mais tristes? Vai comemorar o título, mas será coadjuvante. Iniciou o torneio contra o Bahia e se machucou. Voltou na segunda partida contra a Universidad de Chile e fez um gol. Perdeu chances contra a Católica e foi expulso.
Willian José e Cícero, que estão perto de deixar o clube, podem ser titulares e se consagrarem com o gol do título. Sempre criticado pela torcida e favorito para a vaga, Willian José, que já foi decisivo contra La U, tem a oportunidade de ser o herói da final.
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