Páginas

terça-feira, 5 de julho de 2011

O samba, a polícia e a bola

Que a relação entre torcedores e polícia militar não é essa maravilha todos nós já sabemos. Porém, a relação entre sambistas e o "poder" já foi próxima. Basta olharmos para três grandes da música e notaremos a proximidade.


Desses que mostrarei a seguir, apenas um destaca-se pela disciplina. Os outros dois, se continuassem na carreira, creio que nunca teriam recebido uma medalha de honra.


Candeia fazia o tipo durão. Em nome do emprego chegou a se afastar de amigos que poderiam ser considerados maus elementos e complicar seu trabalho. Foi ele o responsável pela prisão de Neném Ruço, bandidão do Engenho da Rainha que sempre circulava com seu revólver 38.


Dizem alguns estudiosos que esse estilo durão de mestre Candeia fez com que se envolvesse na briga que o levou para a cadeira de rodas após levar três tiros nas costas. Estava acabada a função do policial Candeia. Ruim para a corporação e ótimo para o samba. Foi "sentado em trono de rei" que surgiram suas obras mais memoráveis.





Grande sambista, porém péssimo homem da lei, Nelson Cavaquinho era responsável pelas rondas noturnas à cavalo. Entre suas voltas, sempre patrulhava os bares do Morro de Mangueira onde não prendia ninguém. Tomava seus tragos e fazia amizades. Foi lá que conheceu Cartola, Carlos Cachaça e Zé da Zilda.


Em uma das patrulhas, Nelson deixou o cavalo amarrado e partiu para a boemia. Quando saiu do botequim não encontrou seu animal. Voltou para o quartel e lá estava o dito cujo.





Apenas a título de curiosidade, Paulo Vanzolini também era da cavalaria que patrulhava o baixo meretrício de São Paulo. Após diversas vezes encontrar mulheres pescoçando os bares em busca de alguém, compôs Ronda, um dos seus clássicos. Quem interpreta o samba é Márcia.





É isso ai, até semana que vem quando a música volta a entrar em campo!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...