Três semanas atrás, escrevi sobre a devoção do torcedor do Santa Cruz pelo seu time. A presença maciça da torcida coral no Paixão Clubística serviu apenas para comprovar o que o texto dizia – e, até hoje, ele está na galeria dos mais lidos.
Além de se interessarem pelo texto, os leitores ainda participaram, deram sugestões e me fizeram acompanhar mais de perto o Santa e o blog Torcedor Coral. Pautas e mais pautas passaram em minha cabeça, mas uma delas me chamou mais atenção.
Como é de se imaginar, as equipes que disputam as divisões de acesso têm um rombo do tamanho do Arruda em suas contas, e precisam se desdobrar para superar essa barreira. O Santa Cruz tem na bilheteria a principal forma de arrecadar um cascalho e, no mínimo, pagar salário dos jogadores e funcionários. E aí está o X da questão.
Na série D, os jogos acontecem somente aos finais de semana. Com isso, as equipes atuam apenas duas vezes em casa por mês, e deixam, assim, de arrecadar mais, o que ocorreria se houvesse mais partidas na competição. Para entender melhor, o Santa atuou dia 14/08, contra seu xará do Rio Grande do Norte, e só voltou a jogar no Arruda neste final de semana: 21 dias depois.
Mas como é de se imaginar, a CBF, que pouco se preocupa com o calendário da divisão principal, não dá a menor atenção para a Série D.
Com o caixa vazio, muitos são os reflexos: venda de jogadores, queda de rendimento, descontentamento do elenco, dos funcionários do clube e, principalmente, não sobra nada para investir na estrutura e na qualificação do grupo. Os clubes na Série D estão à deriva, largados à própria sorte.
Santa Cruz em campo
Os mesmos 21 dias que ficou sem jogar em seu campo é o tempo que o torcedor coral ficou sem ver uma vitória do tricolor pernambucano. Como gato escaldado tem medo de água fria, a torcida já estava com os bigodes em pé. Mas a vitória deste final de semana, por 1 a 0, contra o Porto, de Caruaru, deixou o time na liderança do grupo e a um passo da próxima fase.
A principal reclamação da torcida é que o time vive da raça e das bolas paradas, tanto que o zagueiro Thiago Matias, ex-Palmeiras, é o artilheiro do time na temporada, com 14 gols. Thiago, entretanto, se ofereceu para jogar no Ceará, onde foi apresentado esta semana, e agora é visto como ‘persona non grata’ por ampla maioria da torcida do Santa.
Pois é, sem contar os dois meses antes de começar a competição.
ResponderExcluirMas, o pior que eu acho mesmo é o gargalo que é esta regionalização, onde aqui no nordeste, onde temos um futebol bem mais consolidado que o centro oeste ou o norte, só temos direito a um clube por ano, a se livrar e passar por este funil.
Ficam times como Remo, Payssandu, Santa Cruz, Sampaio Correia, Csa e tantos outros, se engalfinhando por esta mísera vaga...
É o novo velho esquema de acabar com o futebol regional, em detrimento das grandes potências nacionais, quiçá continentais, via antena parabólica...
Quem quiser que caia nesta.
Santa Cruz Futebol Clube para sempre!
É um absurdo no Brasil, um país continental, termos Campeonatos no estilo europeu, com calendários ridículos.
ResponderExcluirNa Europa, um país de um tamanho de um estado nosso, é óbvio que serão representados todos os cantos do país nesse campeonato de pontos corridos. Um bom exemplo de eficiência na estrutura do Campeonato é o modela Norte-Americano de Basquete Ball. Lá encontra-se duas ligas(Leste e Oeste), com os quatro primeiros times classificados de cada liga, se encontram, nos chamados "Playoffs" e se decide o campeão, mas nesse modelo midiático em que se joga 3 vezes por semana na série A e B(em horários absurdos), e uma na série D(sem ajuda financeira alguma da CBF).
Nesse limbo financeiro em que o Flamengo e Corinthians ganham 100 milhões de reais por ano e o Santa Cruz não ganha nenhum centavo, a tendência é piorar. É vermos cada vez mais: Americana, Barueri, e outros do interior Paulista tomando lugar de Santa Cruz, Paysandu, Remo...
TIAGO É PURO MERCENÁRIO, AQUELE QUE SERVE DE EXEMPLO RUIM. DOMINGO VAMOS A JOAO PESSOA MAIS UMA VEZ
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