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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Levado para o Paraguai, Choque-Rei emocina pouco

Rivaldo Gomes/Folhapress
Por Alessandro Lefevre

O Campeonato Paulista já não empolga. Parece que a distância entre os grandes e os pequenos é cada vez maior e mais evidente. É claro que Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos sofreram para conseguir alguns resultados. Mas também é irrefutável que os quatro gigantes estarão entre os oito que vão às quartas-de-final do torneio.

Se as primeiras dezenove rodadas do Paulistão são chatas, monótonas e parece que se arrastam ao longo de três tenebrosos meses, por que quando há luz no fim do túnel a diretoria do Verdão leva um clássico pro Paraguai? Apesar do bom retrospecto da equipe de Palestra Itália em clássicos no Prudentão, o Palmeiras também não fez feio na penúltima rodada do Brasileirão no ano passado, quando bateu o Tricolor em pleno Pacaembu.

Desta vez, pelo Paulista, um belo jogo. Um empate digno de dois protagonistas do futebol nas Américas. Mas, apesar das belas jogadas e dos seis gols, assistir a um clássico destes pela televisão emociona menos. E viajar 550 quilômetros para ver uma partida de turno do Paulistão não está dentro dos planos da maioria dos torcedores da capital. É claro que é legal prestigiar o torcedor do interior. Mas isso pode ser feito em partidas com equipes de menor expressão. Clássico é na capital e ponto final. Os times são de São Paulo e o torcedor que acompanha a equipe cotidianamente merece assistir a esse tipo de jogo no estádio.

Velhos Luxemburgos de sempre


Por Felipe Pugliese

Há pouco mais de um ano Tite era um cara chato, cansativo de se ouvir... hoje reconheço que é um conhecedor do futebol. Talvez, no quesito tática, esteja entre os três melhores em atividade no Brasil. Contudo, não vou dedicar este texto ao treinador do Corinthians, mas sim pegar um gancho numa discussão que o gaúcho dos pampas abriu no programa Mesa Redonda.

Por que clubes brasileiros não arriscam na contratação de um técnico europeu?

O futebol inglês, por exemplo, é muito diferente do brasileiro na prática. Muito mais gostoso de assistir. Todos têm a obrigação de saber jogar com a bola nos pés. Reconheço que isso é cultura plantada há décadas, todavia acho que passou da hora de mudarmos alguns conceitos.

Trazer alguém com idéias novas de futebol seria uma saída muito mais interessante do que recorrer aos velhos Luxemburgos de sempre. Dinheiro para isso nós temos, falta coragem de arriscar.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Meu "Choque-Rei" inesquecível!









Por Luiz Felipe Fogaça

Neste domingo, São Paulo e Palmeiras se enfrentam em Presidente Prudente, naquele que é chamado de Choque Rei. O apelido foi dado pelo jornalista Tomaz Mazzoni, em referência a uma época em que os times conquistavam a maioria dos títulos, sem dar chance aos seus rivais. Os times disputavam entre si o poder hegemônico.

O clube do Morumbi, que não vem se dando bem nos últimos clássicos, salvo a vitória sobre os reservas do Santos na última rodada do Brasileirão de 2011, leva vantagem no confronto direto contra o Palmeiras, com 103 vitórias contra 98 do alviverde, ainda aconteceram 98 empates. Em contrapartida, o Palmeiras nunca perdeu um clássico jogando em Prudente.

Estatísticas e tabus a parte, quero falar do meu São Paulo e Palmeiras inesquecível. Como não poderia ser diferente, o Choque Rei que guardo com mais carinho na lembrança, aconteceu em uma Libertadores, torneio no qual nunca perdemos para o Palmeiras.

No dia 18 de maio de 2005, o São Paulo foi ao Parque Antártica para enfrentar seu arquirrival , em confronto válido pelo primeiro jogo das oitavas de final do torneio continental. O São Paulo entro em campo com Rogério Ceni, Cicinho, Fabão, Lugano e Júnior, Renan, Josué, Mineiro e Danilo, Grafite e Luizão.

A partida foi truncada, ríspida, com boas chances para ambos os lados, até que Cicinho arriscou e acertou um lindo chute na gaveta de Marcos, que nem viu a cor da bola. Por um instante o Palestra se calou, a minoria Tricolor, fez a festa e cantou “silêncio no chiqueiro”. No jogo de volta nova vitória Tricolor por 2 a 0 e continuamos nossa arrancada para o título.

Ainda tem muitos outros jogos que lembro, como o do Rio-São Paulo que eliminamos o Palmeiras pelos cartões, ou o confronto pela Copa do Brasil em que Rai fez lindo gol de letra, que deu nome a sua fundação. Sem dúvidas belas lembranças do clássico. Agora é esperar por domingo.

Confira os melhores momento do meu São Paulo e Palmeiras inesquecível :


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Falta Carnaval ao futebol



Por Luiz Felipe Fogaça

Antes do Carnaval queria ter escrito um texto para criticar o já não tão recente estilo adotado pela maioria dos técnicos brasileiros em que só o resultado importa. Queria aproveitar a época de festa, alegria, folia, para pedir um pouco mais de alegria no futebol. Não quero ser romântico e muito menos nostálgico, até por que não presenciei a época que diversos, pais, avôs, comentaristas, jornalistas falam que o futebol era espetáculo.

Hoje vamos à contramão de tudo isso e é raro quando vemos uma caneta, um lençol, uma carretilha, não é a toa que a torcida vibra como se fosse gol. Chegamos a um ponto que discutimos se é certo fazer isso ou é desrespeito.

Não menosprezo jamais o futebol de resultado, que por muitos anos me trouxe a alegria dos títulos, mas falta um pouco de carnaval ao futebol. Sim CARNAVAL, alegria, fantasia, beleza, desfile, descontração, brincadeiras.

Não é exagero dizer que os volantes são os principais jogadores dos times, não aguento mais volante na zaga, na lateral, na meia, até de atacante. Chega de criar jogadores que robôs, que só correm, marcam e passam de lado, talvez até por isso muitos jogadores sejam promovidos tão cedo ao status de craque, a sede pela beleza do jogo, pelo espetáculo, mata os torcedores, que querem sempre a vitória, a raça, mas que deliram com a habilidade, o drible.

Enquanto falta carnaval ao futebol, o futebol invade cada vez mais o carnaval e por pouco não acabou com uma das festas mais bonitas e alegre de todas, a diversão preferida de milhões.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Falta ideia na cachola


Por Felipe Pugliese
Muitos dizem que o futebol está chato. Concordo em partes. Realmente o esporte hoje é menos jogado e muito mais truncado, muito mais falado e, principalmente, muito mais chorado. A palavra chororô é titular no dicionário da bola. Nada pode e tudo não pode. Digam o que for, justifiquem suas teorias como quiserem. Eu, porém, sinto uma falta danada das comemorações
personalizadas.

Pelé socava o ar como ninguém, ou melhor: Pelé socava o ar como um Pelé. O dedo de Ronaldo, quando levantava, era para delirar o brasileiro. Marcelinho Carioca girava os braços para trás como uma criança. Donizete virou pantera graças as suas comemorações animalescas. O que dizer então dos “papais” Bebeto, Romário e Mazinho. Joelhos cravados no gramado com o braço erguido para a Fiel, esse era Neto. Raí tinha o seu jeito tímido, mas que alucinava o são-paulino. Paulo Nunes era mais atrevido, abusado...e por aí segue a lista dos alegres mortais do momentos mais extasiante do futebol.
Enfim, a lista é grande e muita gente criativa faltou. Contudo, minha pergunta é a seguinte: onde estão as comemorações marcantes hoje em dia?
É coraçãozinho para cá, aviãozinho para lá... sem falar nas dancinhas bem sem tempero. Falta ideia na cachola e personalidade na hora de comemorar.
Realmente, por este lado, o futebol está mais chato que política.

Sucesso antes do PES, Torneio de Botão remete pais e filhos à infância


Por Alessandro Lefevre

Gato Fernandez bate o tiro de meta. A bola chega até Roberto Carlos, que lança Rivaldo. Ele faz bela tabelinha com Alex e cruza prá Valdivia - PRO GOL - mandar de peixinho pro fundo das redes e abrir o placar. No banco, Tonhão comemora!

Essa jogada parece surreal. Afinal, são vários craques - ou lendas - do Palmeiras, de épocas diferentes, juntos, numa mesma jogada. Mas no futebol de mesa tudo é possível. É você quem monta o esquadrão, com quaisquer jogadores da história do seu clube.

E, se você gosta desse jogo, que remete todo mundo à infância, chegou a hora de mostrar toda a sua habilidade ou grossidão! O Museu do Futebol vai promover no dia 3 de março, das 9h às 17h, o III Torneio Aberto de Futebol de Botão. Há categorias infantil e adulto. Participe!

Te encontro lá pra te dar umas aulinhas sobre o que é desfilar em mesas oficiais. Nada de PES, Playstation ou Fifa. Reúna seu time e vá para o Pacaembu! Leve torcida, porque a minha será grande. Vai aguentar a pressão?

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Mais um capítulo do tabu

Por Lucas Bueno

No majestoso, o rei do Brasil manteve a coroa e a freguesia continuou. São seis jogos seguidos que o tricolor é derrotado pelo rival no Pacamebu. Um jogo dominado totalmente por um Corinthians sóbrio, confiante. O alvi-negro já tem o time pronto, experiente e cascudo, com cara de campeão! Conversando com um amigo ele me disse: "é difícil derrotá-los em clássicos. Parecem o Manchester United". Pois é verdade. Na terra da rainha quero ver quem bate "os caras" nos jogos decisivos. Aqui, à brasileira, parece que a história está se construindo da mesma maneira para o Timão.

E novamente, o pequenino Jorge Henrique foi o cara do embate. Fez o que quis com os são-paulinos, assim como na última rodada do Brasileirão com os palmeirenses. Ele deu a assistência para o gol de ZZZZZ.. idanilo (que façamos justiça, na hora do "vamo vê" ele não foge não!), marcou, driblou, provocou, e como em todo Majestoso que se preze, fez de "bobo da corte" João Felipe que foi expulso da realeza por um pontapé de juvenil no corintiano.


E olha que não estávamos com Alex, Sheik e Liédson. O vareio iria ser como o do ano passado, dirão os corintianos nas rodas de debate e gozações por toda semana. Esse é o verdadeiro Paulistão. O que vale mesmo são os clássicos. O resto não empolga ninguém.

Já pelo lado tricolor, vejo uma Ferrari - não uma Red Bull - guiada por um Rubens. Um comandante que não é o mesmo faz tempo, ultrapassado e que não consegue largar o osso. Era notório, desde o início do jogo, que o lado direito da defesa sãopaulina era o ponto fraco do time. João Felipe, improvisado na lateral, que não compromete contra um Comercial, mas quando o bicho pega não dá. E Paulo Miranda, segundo jogo seguido com falha resultante em gol.

Do meio pra frente dois jogadores de alto nível por posição e lá atrás um único zagueiro tendo que jogar por dois ou três. Mencionei há três semanas num texto que escrevi pro Paixão, que os zagueiros contratados para esta temporada não inspiram confiança. Isso desequilibra e faz com que o time sofra contra equipes já formadas.

Já faz tempo não?!

Mas não é o fim do mundo, existem fatores a serem destacados. O São Paulo tem goleiro. Dênis mostrou no clássico que pode suprir a ausência de Ceni. E enfim, o time do Morumbi encontrou um lateral esquerdo. Duas carências que preocuparam para os torcedores neste começo de ano.

A conclusão desse clássico?? Início de temporada, claro, mas sem bairrismo: o melhor futebol do país é o Paulista. E mais... no Pacaembu o futuro campeão continental levou a melhor sobre o futuro campeão nacional.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O que não vi

Por Lucas Bueno

Sauna de pedras! A metrópole paulistana com mais de 30º C nesta semana. O calor vai minando nossa resistência diariamente. Porém, os apaixonados se lembram que terão um futebolzinho pela noite para confortá-los da exaustiva batalha climática.

Chego em casa cansado, suando... tomo um banho, faço um lanche, deito no sofá e bola rolando! Na telona, Botafogo-SP e Santos, no computador, São Paulo e Comercial. Na tevê via um Botafogo mais solto e coisa rara, Neymar não conseguindo jogar o que sabe. Até que em bela jogada, o Fogão de Ribeirão Preto abriu o placar. E poucos instantes depois, com menos de um minuto, no Morumbi, Willian José balançou a rede pro tricolor.

Paramos por aqui. Final de jogo! Mas como, se os jogos ainda não acabaram? É... nessa meia hora, entre o sentar no sofá e o gol do São Paulo, o sono foi me ganhando, os olhos já não aguentava mais. Cada pálpebra pesava cem quilos. Durmo por duas horas e quando acordo meio perdido ainda, vejo que o São Paulo sofreu o empate do Comercial e o Santos virou a partida no interior paulista, com show de Neymar. Três gols e uma assistência!


Ciente dos resultados que "vi dormindo" fiquei pensando: será que se eu não tivesse dormido os jogos teriam um novo desfecho? Esse deve ser um pensamento besta, de quem acredita que pode mudar o mundo ou simplesmente ser uma superstição de boleiro. 

Nesta noite, o futebol e eu perdemos para o sono. Quando estava "acordado" vi um mundo ficcional, o "pequeno Deus", Neymar, jogando mal e errando dribles. E no momento em que peguei no sono, como nas melhores noites, tudo voltou ao normal. O menino do moicano desfilou seu talento mais uma vez no Paulistinha, fazendo os amantes do futebol sonharem, novamente, acordados. Boa noite pessoal e sempre busquem coisas que os fazem sonhar.

PS: e no Morumbi, nada fora do normal, início de temporada os tropeços são costumeiros. O segundo empate em casa do tricolor no Paulistão.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Dentro de campo, Marasmo. Fora, o Bicho Pega!

Caros leitores apaixonados, começo de ano maluco no esporte que é a Paixão Nacional. Enquanto dentro das quatro linhas, os Estaduais fazem com que os torcedores lutem bravamente contra o SONO, nos bastidores o bicho está pegando Brasil afora! Tem jogador contratado a peso de ouro dando soco na cabeça da mulher, ídolo sem ambiente no próprio clube, técnico-torcedor-manager-estrategista-marqueteiro e futuro político sendo fritado...e sondado. Tem (ex) presidente e futuro Manda-Chuva da CBF dando entrevista bombástica, presidenta ex-atleta dançando e fazendo tererê enquanto sua instituição se afunda em dívidas de R$200 milhões, time com salário atrasado que se recusa a concentrar... Isso sem falar nas negociações (verdadeiras novelas) ainda em andamento e dos absurdos da Nossa Copa do Mundo. Vamos aos pitacos deste primeiro mês de bola rolando:
  • Já passou da hora dos nossos queridos e honestos cartolas reverem a posição dos Estaduais. Papo antigo, eu sei. Mas não dá mais. Ou tira o torneio ou muda o formato. Paulistão, por exemplo: 19 jogos sem torcida, pra classificarem 8 e começar um novo campeonato. Um formato inchado, sonolento e que favorece apenas a TV Plin-Plin. Ou alguém realmente se empolga com os malditos jogos das 22h do meio da semana?? Absoluto desrespeito com o torcedor!
  • No Sul, é ainda começo de fevereiro e a direção gremista já está em choque. Após investir pesado, Kléber Gladiador (600 mila mensais) já começou a justificar o apelido. Sua esposa fugiu de Porto Alegre para prestar queixa contra o próprio em MG: agressão. Ele garante que houve mal-entendido e que não deixará a situação influenciar no seu rendimento. Caio Júnior, sem resultados, sente a sombra do Pofexô Luxa, que nem bem terminou de ser fritado e já foi sondado. Veremos.
  • No clube de maior torcida no país, a foto que ilustra o momento do clube: Patrícia Amorim dançando de tererê na chegada de Vágner Love. Trazido por 20 milhões a serem pagos em três vezes. Ora, o Mengão deve milhões a Deivid, que já entrou na justiça, aconselhado pelo próprio clube, para tentar entrar em acordo; Alex Silva já se mandou quando viu que o mesmo aconteceria com ele; A Traffic rompeu, e os salários de R10 (1,2mi mensais) ficarão a cargo do clube, que ainda não acertou patrocínio Master...bagunça total. E pensar que Patrícia era o símbolo da ex-atleta, mulher, que chegou ao poder para mudar...Vergonha alheia!
  • A segunda maior torcida do país vive o semestre da tensão. Tentar Libertar-se das Dores de todos os outros anos e finalmente conquistar o principal torneio da América. No meio disso, eleições presidenciais! Clima quente no Parque São Jorge! E o (ex) presidente concedeu entrevista que vale a pena conferir na íntegra. Uma frase de Andrés deixa um clima de muita confiança no país: "Não boto a mão no fogo por ninguém. Nem por mim." Esse é nosso diretor de seleções (salariado, 75mil mensais) e braço direito de Rick Teixex...
  • Por falar em Rick Teixex, o estádio Mané Garrincha custará aos cofres do Governo do DF a bagatela de R$1 bilhão. Nada mal, afinal deixará um legado para o forte Campeonato Brasiliense, cuja média de público é de apaixonados 2 mil torcedores. "A Copa é deles, a conta é Nossa", de José Roberto Malia, genial.
  • Questão: Até que ponto a saída de Rodrigo Caetano influenciou na bagunça que o Vasco viveu neste começo de ano? Sábia decisão de não concentrar dos jogadores, liderados por Juninho e Felipe. Melhor ainda que, profissionais, jogaram e venceram. O décimo-terceiro "já" cantou na Colina, Libertadores vem aí.
  • Eternas novelas: há quem Jure que caso a situação vença as eleições, Montillo será do Corinthians; o Villareal implora para que Nilmar aceite a proposta do São Paulo; Elano e Ganso fecham a cara, já que Laor diz que não quer jogador que não esteja feliz e Zé Roberto abre os braços para voltar à Vila, aos 37, e ainda voando. E não estamos nos capítulos finais...

Para finalizar, quero justificar minha ausência nos últimos dias e utilizar o espaço para fazer uma homenagem. Perdi um grande amigo e estive de luto absorvendo a dor para poder viver a saudade com alegria e sorriso aberto, pois foi assim que o Paulão, sambista nato, nos ensinou a viver a vida. Minha homenagem fica com esta canção. Fica em paz, Negão! Juntos para sempre.


Principal torneio do continente, o carnaval da bola começou

Ronaldinho já não desfila mais como antes
Por Alessandro Lefevre

Libertadores: o carnaval da bola. E, como já era de se esperar, o Fluminense venceu ontem, em sua estreia, o fraco Arsenal de Sarandí, da Argentina. Um gol no começo da partida e muita confusão no segundo tempo. Parecia até encontro entre Mancha Verde e Gaviões da Fiel na apuração do carnaval de São Paulo. O técnico Abel Braga, do Tricolor Carioca, disse que Libertadores é isso: briga, raça, juiz que deixa o jogo correr.

E por que carnaval da bola? É por causa da bagunça que as torcidas fazem nas arquibancadas - bem parecida com a empolgação da festa mais popular do Brasil. Porque, quando a rede balança, é como se os corações dos torcedores se transformassem na bateria nota 10 do carnaval carioca, a bateria da Estação Primeira de Mangueira. Porque, quando seu time é eliminado, é como se fosse um rebaixamento da sua escola de samba preferida para o grupo de acesso. E, claro, porque quando o brasileiro entra em campo sempre dá samba, gingado e dribles espetaculares.

Dentre os brasileiros, que pela primeira vez na história são seis na fase de grupos da competição, o favorito, a Rosas de Ouro da Libertadores, é o Internacional. Com um time nota 8 - nota 10 do meio pra frente - (Muriel; Elton, Rodrigo Moledo, Índio e Kleber; Guiñazu, Tinga, Oscar, D’Alessandro; Dagoberto e Leandro Damião), o Inter tem tudo pra levar o caneco. A equipe ainda tem no banco os carros alegóricos argentinos Dátolo e Bolati, que sabem desfilar no principal torneio do continente.

Pior pra Corinthians (que não tem tradição), Fluminese (igualmente sem tradição), Flamengo (que passa por momento conturbado), Santos (que já não é mais o mesmo... parece que a derrota pro Barça abalou a equipe e a esperança ainda é o mestre-sala Neymar) e Vasco (o segundo principal brasileiro, que é o único que pode surpreender).

Agora é esperar a nota dos jurados. Quem será o campeão?

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Mais que um filme, uma história real!


Por Luiz Felipe Fogaça

Confesso que não sou fã do esporte há muito tempo, mas depois do grande jogo que assisti pela final do Super Bowl XLVI, entre New York Giants e New England Patriots, vou acompanhar mais regularmente o futebol da bola oval.


O jogão de ontem teve tudo que se pode esperar de uma final, emoção até o último momento, muita luta, faíscas e uma história de superação que poderia facilmente virar filme em Hollywood.

Sem dúvida o ator principal seria - e foi - ELI MANNING. O quarterback do Giants, que chegou a ser menosprezado por alguns da mídia norte-americana, quando se colocou no mesmo patamar de Brady, foi superior ao rival na decisão. Para completar essa história, dias antes, em uma entrevista coletiva, Brady disse que não queria ver Manning com a bola na mão no final do jogo, pois sabia que se isso acontecesse a partida estaria equilibrada e o rival poderia decidir. Eis que, no melhor estilo Mãe Dinah, ele estava certo.


Como em um bom filme, a história ganha tons de dramaticidade com os poucos segundos que o quarterback do Patriots teve para tentar levar seu time ao Touchdown vitorioso. Acontece que Brady, em tese, o melhor da posição, falhou, sentiu a pressão e desesperado contra o tempo, lançou uma bola do meio de campo para end zone. Nesse instante o jogo ficou em câmera lenta, com ambas as torcidas agoniadas e aflitas, a bola passou por muitos, e terminou no chão. O mocinho Brady, olha desolado, enquanto os jogadores, da zebra, nem tão zebra assim comemoram mais uma vez, a vitória em um Super Bowl, sobre os favoritos Patriots.


Para fechar com chave de ouro, Manning ainda fatura o MVP e é coroado como o melhor jogador da noite. Foi realmente um grande jogo!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Custo-benefício de Douglas é muito melhor que o de Montillo


O maestro voltou

Por Tuca Veiga

Ouvi muitos corintianos comentando por aí que depois de tanto sonhar com Montillo, acordar com a contratação do Douglas era decepcionante. Sinceramente, não entendo o porquê.

Douglas além de ter uma boa passagem, conhecer o clube e ter certa identificação com a torcida, é um belo jogador.

Durante toda a novela do acerto com o argentino, as cifras relacionadas à transação assustavam. Os adeptos justificavam que a grana da TV estava por chegar e que, inclusive por isso, times como o São Paulo também estavam gastando a rodo com reforços.

Fato é que, por ser Campeão Brasileiro, o Corinthians não precisava de tantos jogadores, mas sim, de peças pontuais.

O custo-benefício do investimento no Douglas, portanto, é muito maior, o que torna a contratação ainda mais interessante. Dos supostos 20 milhões de reais que seriam gastos com Montillo, o Timão não gastou nem 25% no novo velho maestro, que acertou por três anos por R$ 3 mi.

Desde a saída de Douglas, pouco após a conquista do tricampeonato da Copa do Brasil, o Corinthians carece de um maestro.

Primeiro, Mano tentou avançar Elias e colocou Jucilei de volante, mas o primeiro caiu muito de produção. Depois veio a contratação de Defederico, que foi, na verdade, jogar grana no ventilador.

Em 2010, chegou Bruno César, que agradou, mas que era um cara agudo, não de cadência. Assim como o Bruno, Alex também não se mostrou um jogador de organização e seus principais jogos foram atuando mais próximo do ataque, como no empate contra o Vasco, em São Januário.

Douglas chega para exercer essa função. Parar a bola, pensar o jogo, distribuir as jogadas. No basquete, falam que o armador tem o dever de colocar a bola debaixo do braço, escolher a melhor jogada, acionar o companheiro que está com mais aproveitamento. O camisa 10 também tem esse dever.

Aliás, a camisa 10 poderá ser um problema, afinal, hoje ela está com Adriano, que provavelmente não irá perdê-la. Assim sendo, ela só retornará para Douglas caso o Imperador não seja inscrito na Libertadores – o que é possível que aconteça.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Super Bowl, o jogo dos recordes

Por André Gomes, convidado da semana

Fãs da bola oval, mais uma temporada se passou e já estamos no Super Bowl. Patriots e Giants irão se enfrentar repetindo a final de quatro anos atrás. Mas não vim falar sobre a revanche, muito menos sobre o jogo de 2008, e sim a respeito dos enormes números que esse evento traz. São recordes de audiência, propagandas super criativas e shows com astros da música que deixam o ego de lado e tocam apenas no intervalo.

Vamos começar pela receita. O Super Bowl rende US$151,5 MILHÕES só de publicidade na TV. Isso porque a média de custo de apenas 30 segundos é US$3,5 milhões e só uma emissora tem permissão para transmitir o jogo nos EUA. Neste ano, a licença é da NBC e ela vai repassar suas imagens para 180 países em mais de 30 línguas (aqui no Brasil a ESPN é quem transmite). No ano passado, 111 milhões de pessoas assistiram a final no mundo todo, segundo a NFL. Isso é aproximadamente 58% da população brasileira!

Se a gente for contar toda a grana que o evento faturou nos últimos dez anos chegamos ao valor de US$1,72 BILHÕES. Isso graças a 125 empresas que já apareceram no intervalo. Só para constar, a Inbev, empresa que produz a Budweiser e a Stella Artois, já rendeu para a final US$ 239,1 milhões, a Pepsi US$174 milhões e a GM US$82,8 milhões.

Mas o que faz do intervalo ser um verdadeiro show são as apresentações de grandes artistas. Neste Super Bowl, que desde 2004 acontece sempre no primeiro domingo de fevereiro, será nada menos que Madonna com o Cirque du Soleil, entre outros. Se eu for citar todos que já passaram por lá nunca mais me chamam pra escrever aqui, mas para terem uma ideia, as pessoas que já assistiram um Super Bowl no estádio viram também shows de Rolling Stones, Paul McCartney, U2, Michael Jackson e Aerosmith.


Clique aqui e assista aos cinco comerciais que vão passar no próximo domingo. Divirtam-se.

Futebol, política e tragédia


Por Guilherme Reis

As cenas da batalha campal protagonizada por torcedores do Al Masry e Al Ahly, ontem à noite, no Egito, fizeram lembrar o quebra pau que palmeirenses e são paulinos promoveram no Pacaembu em 1995. As semelhanças entre os episódios, porém, acabam por aqui.

Naquele 20 de agosto, a estupidez humana causou uma morte. Ontem, foram 74. Além disso, já se fala que a tragédia no Egito teve motivação política.

Como todos sabem, há pouco mais de um ano, os egípcios foram às ruas para derrubar o então presidente Hosni Mubarak. Ainda não se pode afirmar, no entanto, que a revolução foi vitoriosa. O país está sob o comando das forças armadas e a sensação de insegurança é predominante.

Nos meus primeiros meses em Londres, dividi quarto com um egípcio. Ele me contou, certa vez, que os movimentos da praça Tahrir e a consequente queda de Mubarak fizeram com que a população experimentasse uma sensação de poder que, aliada a falta de representatividade política e imaturidade democrática, invariavelmente resultava em situações de barbárie.

Essan, meu ex roommate, explicou-me que a polícia não consegue mais execer sua autoridade no país. E que a força, em vez do diálogo, é o instrumento para resolver diferenças partidárias e ideológicas.

Junte esse cenário a uma partida de futebol entre dois adversários que carregam um histórico de confrontos e chega-se ao que se viu ontem à noite na cidade de Port Said.

Hoje, mais uma vez, milhares se reuniram na praça Tahrir para protestar contra o ocorrido. O Partido Liberdade e Justiça (PLJ), que possui metade das cadeiras do Parlamento e é o braço político da Irmandade Muçulmana, culpou os partidários do ex-presidente Hosni Mubarak pela violência no estádio.

A briga teria começado com ameaças do próprio time vencedor, Al-Masry, o que levantou suspeitas sobre um grupo infiltrado na torcida para iniciar o conflito. A torcida do Al-Ahly, conhecida como “Ultras”, participou ativamente das movimentações políticas de 2011, o que sustenta a teoria do PLJ. Sobraram, ainda, acusações contra a polícia e o exército, que teriam agido com negligência na solução do conflito.

O jogo terminou 3 a 1 para o Al-Masry, mas o placar final diz que o futebol, muitas vezes agente da paz, pode virar palco de guerra. Resta ao Egito resolver muitas coisas antes de ver a bola rolando.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Vai se aposentar Sonnen?


Por Luiz Felipe Fogaça

Quando Sonnen ganhou em uma decisão um tanto quanto discutível de Bisping no último UFC, a primeira coisa que me veio na cabeça foi aquele filme clássico que vira e mexe passa na sessão da tarde “Te pego lá fora”, em que a história gira em torno de um garoto que tem hora marcada para apanhar do valentão da escola. A alusão ao filme, não se deve tanto pelo valentão e o garoto, e sim ao fato do falastrão Chael Sonnen ter hora e lugar marcado para apanhar.

Não falo isso pela torcida óbvia pelo Spider, mas sim pelo nível do embate entre o americano e seu oponente no último fim de semana. Quem saísse vitorioso dali estaria fadado a apanhar de Anderson Silva. Sem considerar a máxima da caixinha de surpresas, o brasileiro deve se impor até com certa facilidade no combate, caso isso não aconteça, o fim do mundo deve mesmo estar perto.


O fato é que de longe esta será a luta do ano, em que o UFC deve atingir o maior ibope já visto em todos os tempos. Dana White que vem fazendo marketing como ninguém, sorri, mas no fundo do seu sorriso, até ele sabe que Anderson deve massacrar Sonnen.

Na minha opinião, só restam algumas dúvidas: se será nocaute, em que round, e a principal: se Chael Sonnen vai ter caráter de cumprir com sua promessa e se aposentar do UFC.
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